DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

domingo, 31 de agosto de 2008

A POLITICA ANTIGA DE BATURITÉ


LANCES DA POLÍTICA ANTIGA DE BATURITÉ (II)

Mario Mendes Junior

O Dr. Álcimo, chegado a Baturité em 1945, mostrou-se um médico muito generoso e humano, sendo o único clinico que havia na cidade para atender a população urbana e do campo. Toda quinta feira dava atendimento gratuito no primitivo Ambulatório Santo Antonio, ao lado da Irmã Clemência. (Bessa, Murilo Alves. Irmã Clemência. SED. Fortaleza. 1991)
Escolhido para pleitear a prefeitura pelo PSP, além do apoio total do diretório, a candidatura do médico cresce com adesões importantes de figuras como as dos comerciantes José Mesquita, Alfredo Xavier, José Olavo Silveira, e dos jovens de então, como Clélio Silveira Barros, Carlos Simões e Ademar Moraes Barros que chegavam para engrossar e se integrar na luta presunçosa.
Na sede do comitê, na Rua 15 de novembro, esposas, filhas, amigas e afinal toda família pessepista, ensinavam os eleitores analfabetos a escrever o nome, para sem despesas, sem trabalho, e, sem nada, adquirir “os direitos de cidadão”.

- Vocês tão querendo alistar nóis pra quem? Perguntavam os novos eleitores diante de “tanta vantagem”.

- Para o Dr. Álcimo, mas uma vez alistado, pode votar em quem quiser. Respondiam as voluntárias

O negócio era assim, só não trabalhava para o Dr. Álcimo, os funcionários públicos municipais e estaduais, isso, com medo de perder o emprego.
No auge da campanha, trazido pelas asas de um anjo, para dar moral à campanha, acontecimento que nunca saiu da memória do povo à loja do presidente do partido, Mario Mendes, chega de surpresa o sanfoneiro Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, “trazia no seu matulão”, Humberto Teixeira, o parceiro de “Asa Branca”, a postulante de uma vaga na Câmara Federal pelo PSP.
Imagine-se o brilho do comício improvisado, em frente à loja Nova Aurora, num dia de feira, com o Gonzagão, agitando a matutada nos intervalos de discursos inflamados.
Ao resfôlego da sanfona, brincando com os transeuntes, sai a pilhéria dirigida a um serrano que passava montado numa burra:

- “Te apeia Mané Besta! Pra quando tu chegá em casa... Dizer... Eta muié... Lavei a égua... Pois num é que vi o Gonzaga cantá!”.

O entusiasmo dos emergentes, nessa altura, não escondia o amadorismo político de candidatos à vereança como o Zé Mesquita, que, julgando-se já eleito, passou a enjeitar novas adesões. Aos que lhe pediam chapa, mandava-os, até, votar nos seus próprios competidores.
Bisonha, a nova força não imaginavam o que lhes preparava os profissionais do poder!

(*) Mario Mendes Junior é Bacharel em Direito e Empresário.

( DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR)

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