DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

FESTA DAS FLORES

FESTA DAS FLORES
GRACINDA CALADO
Na linda cidade de Baturité nos anos sessenta era costume se comemorar a graça e a beleza das flores que enfeitavam e davam graça àquela cidade.
O mês de Maio era comemorado com tudo que de mais belo existia , principalmente com grande baile, “a festa das Flores”, nos salões do Baturité Atlético Clube, (BAC).
Toda sociedade, jovens e estudantes, amigos dos municípios vizinhos se aliavam a todos os que queriam animar a temporada das flores já quase se aproximando das férias.
Elegantementes, casais desfilavam nos salões com seus melhores trajes, rapazes e moças se integravam e dançavam a noite toda os mais variados ritmos sem perder o fôlego. O desafio era grande quando as paqueras existiam e nos salões sempre tinha alguém na disputa para dançar.
A orquestra desempenhava muito bem o seu papel de alegrar a todos e de animar a noite que se tornava inesquecível!
Quando chegava a madrugada a saudade ia tomando o lugar da alegria que contaminava o ‘ar das flores’ por todos os salões.
A amizade, a cordialidade, de todos os que faziam o BAC eram grandes motivações para que a festa se transformasse em um grande momento de deslumbramento e de prazer enquanto o maestro não parava de tocar e envolver os pares na mais feliz diversão.
Ainda hoje guardo saudades daquele tempo tão magnífico, de extraordinária beleza e sedução em que as diversões eram momentos de muita felicidade e de muito romantismo.
Grandes orquestras embalaram o sonho de muitos jovens que suspiravam com as doces e lindas melodias!
Saudades da minha terra!
Fortaleza 14/9/2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

RELIGIOSIDADE

RELIGIOSIDADE: COISAS DA MINHA TERRA






Gracinda Calado.



Quem me dera estar sempre aos pés do altar de Deus!

Minha igreja da Palma, minha verdadeira identidade.

Lá senti o sal na pia batismal aos oito dias de nascida.

Lá fiz minha primeira comunhão, senti o amor de Deus na hóstia santa.

Lá jurei fidelidade ao homem que eu amava.

Lá batizei meus quatro filhos, minhas jóias preferidas.

Igreja matriz de minha terra querida!



Monumento secular de inspiração, sacrário de minhas orações!

Nela guardo os melhores momentos de minha vida, quando das missas de nove horas ou das festas da padroeira, das quermesses animadas e participadas por todos os seus filhos.

O som do seu sino é diferente dos demais...

É o som dos anjos, do chamado de Deus e de N. Senhora da Palma para as orações.

Igreja de Santa Luzia, padroeira da visão, protetora dos que não podem ver.

Cravada no coração de minha cidade, deixa saudades de suas festas em pleno mês de Dezembro. As olas gigantes, os barquinhos, a ola de cadeirinhas, os jogos, as pescarias em noites de novenas animadas onde brincávamos sem medo.

Igreja de N. Senhora Auxiliadora, arquitetura moderna, cuja estátua foi trazida nos anos sessenta da Itália, uma perfeição de escultura.

Pertence às irmãs salesianas que a zelam com carinho.

Igreja de Santo Antonio no alto do Putiú, onde a devoção ao santo é de quase cem anos naquele lugar.

Igreja de N. Senhora do Rosário, no bairro das Lages, freqüentada por muito dos que veneram essa devoção a nossa Senhora.

Na cidade existem algumas capelas, como do hospital, da maternidade, nos povoados vizinhos e a grande Igreja do colégio Jesuítas, hoje Casa de Repouso, no alto da serra na fazenda ‘Olho d água’. Sua arquitetura é uma atração turística da cidade; Cristo Rei é seu patrono.

Baturité se orgulha de seu passado de glórias e de grande religiosidade.

O maior de todos os legados religiosos e espirituais são os padres e as freiras que não se cansam de zelar também pela educação dos jovens e crianças da cidade.

São dedicados educadores e evangelizadores nessa terra abençoada por nossa Senhora de Fátima cuja imagem cravada no alto da serra abençoa a todos os seus filhos.Foi um presente de um grande personagem da história de Baturité, o comendador Ananias Arruda.

Esse homem tudo fazia pelos padres e pelas freiras e pela catequese e evangelização. Uma boa parte de seu patrimônio foi doada aos que chegavam em Baturité com o objetivo de Educar e Evangelizar.

De Baturité saíram muitos padres e freiras, filhos da terra, que hoje estão espalhados por todo território brasileiro.

Parabéns Baturité!

OS CIRCOS

                               OS CIRCOS   ( COISAS DA MINHA TERRA)
                               
                                   Gracinda Calado

Sempre nas férias de fim de ano, como era de costume, chegava em Baturité grandes e pequenos circos.
Eram armados na praça da “Boa Vista”, um bairro próximo ao centro da cidade. O caminhão chegava com todos aqueles apetrechos e começavam a armar o circo.

À tardinha o palhaço saía pelas ruas gritando “o circo chegou! O palhaço o que é? é ladrão de mulher”. Todos atrás do palhaço gritavam, e quem gritasse mais alto ganharia uma entrada para o mesmo.

 A molecada se divertia bastante com aquele movimento pelas ruas da cidade.As arquibancadas ficavam lotadas todas as noites.
Algumas garotas namoravam os “artistas” do circo e muitas vezes no final da temporada fugiam com eles para bem longe...

Os pais ficavam furiosos e mantinham a distancia com os tais “artistas.”
Muitas garotas ficavam encantadas com a performance das mulheres com aquelas roupas minúsculas, quase nuas, fazendo estripulias e malabarismos.

Geralmente, primeiro o palhaço, cara pintada, numero bem ensaiado, conquistando corações.
Depois o malabarista com tochas de fogo, bolas, pratos e tudo que se possa fazer com perfeição para agradar a platéia.

Os trapezistas se garantiam no trapézio ou na troca dos trapézios, entre duas ou três pessoas. A hora mais interessante era quando se apresentavam os palhaços, contando piadas, dando cambalhotas, fazendo mil piruetas no picadeiro.

Depois as bailarinas, apresentavam números que deixavam os homens entusiasmados e começavam a gritar...

Por ultimo o circo teatro.
 Uma história era contada bem dramática, mas com a participação do palhaço para atrapalhar o enredo triste.
O povo gostava dos circos na Boa Vista, exigia respeito devido ser em frente às casas familiares. O povo gostava e até ajudava na sua estada, hospedava os artistas, o dono do circo etc. Coisas de antigamente numa cidade do interior onde as pessoas mostravam sua hospitalidade e não acontecia nada.

Hoje não se podem dar créditos aos aventureiros da arte, pois nunca se sabe quem é!

O circo era uma animação grandiosa na cidade e durante o período de férias não perdíamos uma sessão.
Até hoje gosto muito do circo!
Quem nunca foi ao circo, pelo menos uma vez?
Coisas da minha terra...
                                  

domingo, 12 de setembro de 2010

AOS SETENTA ANOS



Aos setenta anos


Gracinda Calado


Envelheço e não me dou conta disso, pois me firmo em minhas ações presentes e não esqueço o meu passado nem minhas lindas lembranças da mocidade. Sei que não nos transformamos porque envelhecemos, mas porque amadurecemos.


Às vezes sinto medo e solidão, mas logo encontro mão amiga, colo quente e braços que me enlaçam com calor.


Envelheço e dou asas à imaginação futura que dorme calmamente em meu espírito jovem. Renovo pactos de amizades comigo mesma, com os outros e com a natureza.


Envelheço e dentro do meu coração ainda pulsa o amor que faz a vida mais bela a cada dia. Para o ódio e as tristezas não deixo espaço no meu coração. Aprendi com a vida somar e multiplicar, nunca diminuir. Cumpro o ritual da vida em harmonia comigo mesma e com meu Criador, que me dá forças para caminhar com os pés no chão, de mãos dadas com a sabedoria.


Envelheço, e na minha caminhada encontro algumas barreiras e as afasto do caminho para ver melhor as flores, os pássaros e a natureza bela. O sol que ainda brilha para mim; sinto o orvalho da noite e vejo a luz do luar com o mesmo brilho que eu via na mocidade!


Envelheço, olhando no espelho minhas poucas rugas e meus cabelos grisalhos, me sinto bonita sem pensar na morte como fim de tudo, como a ultima estação aqui na terra, mas como o começo de tudo que foi preparado para mim.


Envelheço e vivo como as borboletas, sem a preocupação com o fim, pois elas deixam o casulo e se transformam em lindos e coloridos bichinhos!


Envelheço e agradeço a Deus por ter me poupado todo esse tempo, suficiente para fazer meus filhos e netos felizes e muito amados!