DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

SAUDADES...

Gracinda Calado

Hoje o dia amanheceu chovendo, mas uma chuva silenciosa, sem trovões nem relâmpagos. A vontade mesmo é ficar debaixo das cobertas, ou tomar um bom café, torrado com rapadura e pilado no pilão de pedra, como faziam as moradoras dos sítios da minha terra.

Algumas pessoas se afoitam numa dose de aguardente da serra, para esquentar o sangue e amenizar o frio.

Saudade do cheiro de mato, das plantações de café e do cheiro de água fresca que escorre da cor de barro nas grotas rumo ao declive dos rios. Dos peixes que a molecada pegava para fazer brincadeira de cozinha, torrava no taxo e no carvão.

Saudade da brincadeira nas corredeiras do rio com a criançada enfrentando as águas revoltas no pontilhão.

A terra molhada, as plantações de milho e feijão, o cheiro do umbu-cajá, da siriguela, das mangas rosas perfumadas, das cajaranas, dos pés de jasmins cheinhos de flores brancas onde exalavam o mais exótico perfume!

A chuva continua caindo, parece que cai no meu coração, cada pingo é uma saudade! A ladeira escorregadia, sem calçamento, nos revolve ao passado ingênuo e puro do interior, marcado pela simplicidade e as calmarias dos dias de chuva fina. Os pássaros como outrora, estão mudos, com frio, as flores e folhas encharcadas de água da chuva, tudo é tão calmo que se ouve até as batidas do coração.

Chuva que cai na rua, cai na alma da gente trazendo saudades, levando tristeza e melancolia!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

DOCE BALANO DO AMOR

Gracinda Calado

As ruas, as paisagens, o chão molhado de orvalho , os roseirais, as samambaias penduradas nos terraços, as janelas abertas o dia todo, são características da minha cidade.

À noite cadeiras nas calçadas com ar de fraternidade, amizade, socialização. Suas ruas, seus casarões seculares, suas ladeiras em curvas, flores miúdas à beira dos caminhos, riachos que cantam em todos os lugares!

Assim é minha cidade! Uma saudade! Sempre levando a gente, nas coisas pequenas, simples, nos inspirando amores, enchendo nossos corações de lembranças: de uma linda mangueira, uma rua onde brincamos quando criança, um pomar, uma estação de trem, uma igreja, uma roda gigante, campo de futebol, um banho de rio, um passeio de bicicleta, os amigos, um sorriso largo!

Quando penso em minha gente, me vejo naquele coreto da praça ornamentado de flores e florais e de benjamins. Sinto-me sentada nos bancos da pracinha com os amigos, namorados, esperando o sol se por, ou a lua chegar. No colégio, as colegas de classe, as brincadeiras, jogos de bola ou de pedras, pula corda, ou balanços ingênuos, brinquedos sem pretensões!

Saudades das novenas, das missas, dos desfiles na semana da pátria, dos carnavais, das festas juninas e sabe Deus o que mais penso que me dá saudades!

É preciso ir na minha cidade para novamente sentir o seu cheiro, o seu sabor, o seu tempero, o seu calor, sua música, seu jeito de mulher madura!

Mulher de fé, cheia de mistérios e pudores, é minha cidade chamada Baturité!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

CASARÕES ANTIGOS DE BATURITÉ

GRACINDA CALADO

NAS RUAS DA MINHA CIDADE, DEZENAS DE CASARÕES SE ESPALHAM REVIVENDO O PASSADO QUE FAZEM PARTE DE NOSSA HISTÓRIA!

AQUELES SALÕES COLONIAIS DE PEDRA E CAL GUARDAM LEMBRANÇAS, EMOÇÕES, AMORES, RECORDAÇÕES E ETERNAS PAIXÕES, ALGUMAS ESQUECIDAS E OUTRAS BEM GUARDADAS.

CENTO E CINQUENTA E DOIS ANOS SÃO PASSADOS E O MESMO CHÃO QUE ELES PISARAM, REVIVE AINDA EMOÇÕES! FILHOS NETOS, BISNETOS, TRINETOS SE ENCANTAM COM SUAS HISTÓRIAS VERDADEIRAS, CANÇÕES E CANTARES DE VULTOS QUE DEIXARAM MARCADAS SUAS PASSAGENS NAS PRAÇAS E JARDINS, ESQUINAS E CORREDORES DAS ANTIGAS RUAS E CASARÕES DA CIDADE. EM CADA PLACA UMA HISTÓRIA, UM MARCO DE AMOR E GLÓRIA!

MILHARES DE FAMILIAS TRADICIONAIS SE DEDICARAM À EDUCAÇÃO, À SAÚDE, PÚBLICA E AS ATIVIDADES SOCIAIS DE NOSSA TERRA, SEM MEDIREM ESFORÇOS PARA O ENGRANDECIMETO DE NOSSA GENTE.

BATURTÉ CONHECIDA COMO CIDADE INTELECTUAL, PARA LÁ FORAM EVANGELIZADORES, PROFESSORES, PADRES, COLONIZADORES, ESCRITORES, POETAS E PENSADORES, CONSTRUTORES, HOMENS QUE SE DEDICARAM AO BEM ESTAR DO POVO, POLÍTICOS, CONQUISTADORES, EXPLORADORES, AGRICULTORES, CAFEICULTORES, PLANTADORES DE CANA, DONOS DE ENGENHO E LATIFUNDIÁRIOS.

NOS SECULARES CASARÕES, DO TEMPO COLONIAL, HOMENS E GRANDES MULHERES ESCREVERAM SUAS HISTÓRIAS FAMILIARES, CONSTRUIRAM SEUS DESCENDENTES, FIZERAM PARTE DE NOSSAS VIDAS TAMBÉM.

O PRÉDIO DOS JESUITAS NO PARADOR DA SERRA FAZ JÚS AOS CONHECIDOS CASARÕES SECULARES, COMO O SOLAR DA FAMILIA RAMOS, IGREJAS E MONUMENTOS, O PALÁCIO ENTRE RIOS, O CÍCULO DE OPERÁRIOS, A ESTAÇÃO DA ANTIGA RVC, MUSEUS, E OUTROS.

A ARTE EM SUAS IGREJAS, SUAS IMAGENS SECULARES E ANJOS BARROCOS DESAFIAM O TEMPO DA GRANDE RELIGIOSIDDE JESUÍTICA E SALESIANA, COMO TAMBÉM DAS IRMÃS DA CARIDADE DE LUIZA DE MARILAC. SEUS PRÉDIOS E COLÉGIOS QUE COOPERARAM COM O ENSINO FORMAL E EDUCCIONAL, TEMOS MUITO A AGRADECER AOS QUE POR ALI PASSARAM DEIXANDO RASTROS DE FORMAÇÃO E SABEDORIA NO CORAÇÃO DE NOSSOS JOVENS.

SABEMOS DE MUITAS FAMILIAS QUE PARA LÁ SE DIRIGIRAM À PROCURA DE UM CLIMA AMENO E SADIO, UMA MELHOR QUALIDADE DE VIDA PARA SEUS FILHOS, NETOS E BISNETOS, FINCARAM SUAS RAIZES E CRESCERAM COMO AS ÁRVORES DAQUELE CHÃO!

HOJE AINDA ENCONTRAMOS CASAS SECULARES, PRÉDIOS E ANTIGAS CONSTRUÇÕES QUE MARCAM O PASSADO DE NOSSA TERRA E RELEMBRAM ANTIGOS COSTUMES DE UM PASSADO DISTANTE DE MENTES ILUMINADAS E DE CORAÇÕE EM FESTAS, FORMAM A COROA DE LOUROS QUE OSTENTA O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO DE BATURITÉ!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

CASA VELHA DA PONTE


Gracinda Calado

Casa velha da ponte, das noites de lua cheia, dos coaxás dos sapos, dos ruídos dos grilos, do farfalhar das borboletas nas trepadeiras e nas acácias...

Casa velha do cheiro de doce de leite que minha mãe fazia, dos bolos pés de moleques, das comidinhas gostosas aos domingos, do cheiro de rapadura, das cocadas e dos beijus, das tapiocas e das frutas colhidas pelo meu pai!

Casa velha dos dias de chuva, dos trovões, das enxurradas, das enchentes do rio, das correntezas, do barulho das pedras rolando rio abaixo.

Casa velha dos jardins de minha mãe, das roseiras perfumadas, dos jasmins, das margaridas, das adálias e das palmeiras...

Nossa casa era um abrigo de amor e de ternura. Hoje não existe mais, só na saudade da gente, dos filhos que não a esquecem jamais!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

SONHOS...


GRACINDA CALADO

Jamais deixaremos de sonhar, pois os sonhos nunca envelhecem.

Quando sonhamos vivemos e revivemos histórias de amor, de fantasias e de vitórias!

Somos como a natureza, sábia, que se renova a cada estação do ano.

Somos primavera, despontamos para a vida com entusiasmo e alegria. Dançamos com as cores, cantamos ao luar, sonhamos com amores!

Quando chega o verão, renovamos nossos propósitos, nossas ações, nossos projetos, como as folhas que surgem sempre verdes, nos galhos secos de cada estação! Nossos sonhos são: a perfeição da vida em ebulição.

No outono nos defendemos dos ventos fortes e com prazer brincamos com os vendavais, nunca deixamos que eles nos levem. Somos sombras nas encruzilhadas da vida, enfeitamos as ruas e os becos com nossas flores, produzimos frutos, que são nossos filhos e estamos sempre à espera de algo novo para acontecer. Sonhamos com primaveras!

Na estação mais crítica e fria, sabemos nos comportar com maturidade, inteligência e sabedoria. O inverno nos prepara para novos projetos que virão com a certeza de que cumprimos muito bem a nossa missão! Nossos sonhos foram realizados, então podemos partir!