DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

terça-feira, 21 de junho de 2011

FLORADAS NA SERRA

(Gracinda Calado)
Quando chega o verão, na serra tudo fica diferente.Nossa alma vai em busca das flores pelo perfume que exalam e embriagam. Sonhamos com primaveras perdidas nas montanhas e a sensação de frio nos leva a pensar em solidão.!

Quando amanhece na serra, a serração cobre tudo de cinza depois se esvai cobrindo o cafezal vermelho. Nosso corpo treme ao toque da água cristalina do riacho, que teima em correr devagar, preguiçosamente em busca do rio. O frio é intenso e depois de alguns goles de café, saímos a passear estrada afora vendo a paisagem que se muda a cada hora.

Lá do alto da serra a água cai, acompanhando as grotas íngremes que se estendem nas encostas dos montes seguindo o curso dos abismos que se formam nas estações invernosas.

Avistamos de longe, no seu cume, um tapete de cores formado pelos ipês floridos, multicores, que todas as manhãs encobrem o chão de flores, enquanto na copa das árvores pássaros cantadores cantam demonstrando seus gorjeios favoritos.

A serra cobre-se toda de azuis e amarelos, vermelhos e brancos.

Anoitece e ao longe desconfiada surge a lua ciumenta, naquela noite fria . Nos ninhos alguns casais de “ pintados” sacodem as penas para aquecer seus filhotes..

Vem chegando o sol, e com ele a esperança de esquentar a alma que se prepara para o encontro do amor. Casais de enamorados passeiam naquela tarde fria, um no aconchego do outro, descobrem lindos versos de amor e lindas canções para elevar ainda mais a alma apaixonada! O amor floresce como floresce a natureza do lugar. Surgem as floradas e como elas algumas historias de amor!

sábado, 11 de junho de 2011

VIA SACRA

Gracinda Calado
Fiquei surpresa quando o conterrâneo, José Airles me chamou atenção por email, de um erro nas estações da via sacra da igreja matriz de Baturité, citado pelo jornalista Augustinho, carinhosamente assim o chamo, que “as ultimas estações estão trocadas”.

Em se tratando de uma cidade de uma religiosidade ímpar, como minha querida terra, de um povo católico quase a totalidade de seus habitantes, não se desculpa o erro. Obedecendo ao caminho dos últimos momentos de sofrimento de Jesus, rumo ao sacrifício do calvário, a história não pode mudar a sequência dos acontecimentos, cada fato tem o seu significado espiritual, teológico, escatológico etc.

Será que nós os filhos da terra sempre aprendemos errado “esse caminho”?

Considero grave se, os nossos representantes da igreja se descuidaram de consertar a troca das imagens.

Como formanda em Teologia pela Faculdade Católica de Fortaleza, chamo atenção ao Sr. Pároco que dedicação especial tem por essa paróquia tão atuante e participativa, que reveja o erro para que os fiéis não aprendam a caminhar com Jesus de uma forma diferente.

O povo católico de Baturité, sempre primou pela sua espiritualidade, seu compromisso com Deus e com a igreja.

Aproveito a oportunidade para elogiar os serviços de comunicação da cidade, tanto pela internet como rádio e televisão, que levam muito longe o nome de nossa querida Baturité, mostrando-lhes suas belezas e seu conceito de capital do Maciço.

As Estações da via Sacra nos ajudam a meditar, a percorrer um caminho espiritual, e compreender melhor o sofrimento de Jesus por nós.

Foi assim que aprendemos dentro das salas de aula do nosso querido colégio N. Senhora Auxiliadora, e Domingos Sávio.

Nosso apelo aos que professam a mesma doutrina, aos que freqüentam e participam dos mesmos cultos dominicais na matriz, que zelem pelo nosso patrimônio, que além de ser católico é também cultural e artístico.

sábado, 4 de junho de 2011

DO FUNDO DO BAÚ (MEMÓRIAS DE MINHA TERRA)

Gracinda Calado

Abrindo um álbum de família, revivi momentos da minha vida como se eles acontecessem hoje.

A primeira foto tinha como fundo um recanto de minha cidade natal, Baturité, onde vivenciei com meus pais e meus irmãos os melhores momentos de toda a minha vida. Não sabia o que era sofrimento, dissabores nem tristezas.

O recanto era aprazível, no alto da serra de Baturité, coberto pelo verde matizado das árvores que se estendem em camadas pelas colinas deixando um perfume que a gente nunca esquece.

Passo a folha e vejo a foto de meus pais. Minha mãe segurando a mão de meu pai como se pedisse apoio. Era assim, sempre foi em toda a sua vida. A força de meu pai estava em todos os seus poros, em sua voz, nos seus passos, nas suas decisões...

Minha mãe, frágil, dedicada aos filhos sempre criando novidades para eles.

Olhando seu perfil vejo claramente sua humildade, simplicidade e pureza em seu olhar.

Agora correm lágrimas de meus olhos quando penso neles, que já se foram pra Deus, deixaram um rastro de bondade e de amor para todos nós.
NOSSA CASA

De repente a foto nossa casa.

Lembrei-me do ninho de nosso amor, onde passei minha infância e minha adolescência.

Era uma casa grande encravada em cima de uma grande pedreira, cercada de árvores por todos os lados, no fundo um simpático riacho onde brincávamos sem medos.

As noites eram frias, serenas e calmas. As manhãs eram alegres e cheias de novidades no pomar:

O leite mugido, as frutas fresquinhas, os ovos no galinheiro e no quintal muitas galinhas.

À noite fazíamos brincadeiras de rodas, cantávamos e íamos dormir depois do ultimo lanche com um bom prato de coalhada. Nossos sonhos eram maravilhosos e tranqüilos.

Do alpendre avistávamos o rio que corria entre as pedras, e em dias de cheias devorava tudo que estivesse em sua frente. Do quintal assistíamos o vai e vem das lavadeiras no ofício do dia a dia. Pelas manhãs os pássaros vinham cantar na janela do meu quarto deixando uma calma muito grande em nosso coração.

Cedinho éramos, eu e meus irmãos, acordados para o café matinal e em seguida seguíamos para o colégio Nossa Senhora Auxiliadora e os meninos, colégio Dom Bosco.

O ar da manhã dava-nos ânimo para caminharmos a pé sem reclamar o cansaço.

Depois das aulas, voltávamos contentes e brincando pelos caminhos para casa.

RELIGIOSIDADE (COISAS DA MINHA TERRA)

Gracinda Calado.
Quem me dera estar sempre aos pés do altar de Deus!

Minha igreja da Palma, minha verdadeira identidade.

Lá senti o sal na pia batismal aos oito dias de nascida.

Lá fiz minha primeira comunhão, senti o amor de Deus na hóstia santa.

Lá jurei fidelidade ao homem que eu amava.

Lá batizei meus quatro filhos, minhas jóias preferidas.

Igreja matriz de minha terra querida!
Monumento secular de inspiração, sacrário de minhas orações!

Nela guardo os melhores momentos de minha vida, quando das missas de nove horas ou das festas da padroeira, das quermesses animadas e participadas por todos os seus filhos.

O som do seu sino é diferente dos demais...

É o som dos anjos, do chamado de Deus e de N. Senhora da Palma para as orações.

Igreja de Santa Luzia, padroeira da visão, protetora dos que não podem ver.

Cravada no coração de minha cidade, deixa saudades de suas festas em pleno mês de Dezembro. As olas gigantes, os barquinhos, a ola de cadeirinhas, os jogos, as pescarias em noites de novenas animadas onde brincávamos sem medo.

Igreja de N. Senhora Auxiliadora, arquitetura moderna, cuja estátua foi trazida nos anos sessenta da Itália, uma perfeição de escultura.

Pertence às irmãs salesianas que a zelam com carinho.

Igreja de Santo Antonio no alto do Putiú, onde a devoção ao santo é de quase cem anos naquele lugar.

Igreja de N. Senhora do Rosário, no bairro das Lages, freqüentada por muito dos que veneram essa devoção a nossa Senhora.

Na cidade existem algumas capelas, como do hospital, da maternidade, nos povoados vizinhos e a grande Igreja do colégio Jesuítas, hoje Casa de Repouso, no alto da serra na fazenda ‘Olho d água’. Sua arquitetura é uma atração turística da cidade; Cristo Rei é seu patrono.

Baturité se orgulha de seu passado de glórias e de grande religiosidade.

O maior de todos os legados religiosos e espirituais são os padres e as freiras que não se cansam de zelar também pela educação dos jovens e crianças da cidade.

São dedicados educadores e evangelizadores nessa terra abençoada por nossa Senhora de Fátima cuja imagem cravada no alto da serra abençoa a todos os seus filhos.Foi um presente de um grande personagem da história de Baturité, o comendador Ananias Arruda.

Esse homem tudo fazia pelos padres e pelas freiras e pela catequese e evangelização. Uma boa parte de seu patrimônio foi doada aos que chegavam em Baturité com o objetivo de Educar e Evangelizar.

De Baturité saíram muitos padres e freiras, filhos da terra, que hoje estão espalhados por todo território brasileiro.

Parabéns Baturité!