DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

SERRA VERDADEIRA


GRACINDA CALADO

Lá onde o sol nasce cristalino cobrindo os montes altaneiros durante todo o ano, apesar das noites frias das invernosas, as manhãs são cálidos suspiros em nossa alma.
Só quem viveu a tranqüilidade desse lugar tão lindo, conhece a tela mais bela de toda a natureza, permeada de cores multicores e de flores de espécies raras.
Nas cabeceiras , de longe se ouve o murmúrio dos rios que ao descerem se jogam sem medo nas correntezas das cachoeiras das serranias. O seu murmúrio é como um aviso aos que por ali passam, que a natureza ali impera e sua alma se rende aos encantos da beleza.
Nas árvores entrelaçadas de cipós, as flores coroam a serra inteira como noiva pronta para o altar.
“Serra Verdadeira”, é o seu nome, cheio de malícia e de beleza, ostentação e perfumes nos cafezais floridos de frutinhas vermelhas, que mais tarde se tornarão a bebida mais consumida da região, o saboroso café, torrado com rapadura e pilado no pilão de pedra, desde os tempos dos escravos.
A cana de açúcar compartilhou com o café, plantados nos grandes sítios,nos grandes alagados e nas baixas das margens ribeirinhas dos rios. Dos braços fortes dos trabalhadores e dos pares de juntas de bois que puxavam a moenda nos engenhos, transformavam-se em doce e mel, a rapadura e o açúcar para adoçar a vida!
“Serra Verdadeira” de onde sai o gosto mais saboroso das frutas tropicais, que alimentam os animais nativos, os pássaros que cantam alegremente no topo das árvores mais altas da serra e os passarinhos que gorjeiam nas campinas frescas verdejantes da região serrana.
O frescor de seu clima enche o nosso peito e refresca nossa alma, na sensação do corpo o arrepio do frio que sutilmente se instala em nossa pele.
Tudo é tão natural, tudo é tão gostoso, viver no paraíso onde o sol faz parceria com a lua e deixam que a natureza viva intensamente e transborde em paz tudo que precisamos para viver! “Serra verdadeira”, é o seu nome: BATURITÉ!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

DEBAIXO DAS TUAS MANGUEIRAS


Gracinda Calado

Aos domingos,todos nós íamos passear no sitio.
O rio Pacoti lavava suas terras e as deixavam férteis.
Nosso passeio começava na invasão das fruteiras que desafiavam nossa curiosidade.
As goiabeiras carregadinhas de frutos e de flores deixavam um perfume no ar.
As siriguelas vermelhas eram convites à loucura e ao exagero das gulodices. Enfrentávamos aqueles manjares dos deuses logo de manhã, bem o sol não havia ainda esquentado a terra.
Aquele chão abençoado era mágico, para onde se olhava era um convite à sedução.
Debaixo das mangueiras fazíamos projetos e contávamos histórias mirabolantes, que só nós ainda adolescentes acreditávamos.
Aos poucos o som de algumas mangas que caiam no chão nos despertava da emoção de um bom enredo de nossas histórias. Corríamos todos para pegar aquelas frutas doces caídas do pé.
Às vezes deixávamos nos levar pelo fascínio do ambiente e deitávamos debaixo das frondosas árvores usufruindo de suas sombras.
Sonhávamos com coisas encantadas, lugares mágicos e indescritíveis, ao mesmo tempo em que nos deixávamos levar pelas nossas emoções e chorávamos quando alguém vinha em nossa direção para nos levar de volta para casa.
Sofríamos na despedida daquelas mangueiras frondosas encantadas para todos nós.
O dia era uma primavera em flor em nossos corações juvenis.
“ Debaixo das mangueiras éramos muito felizes”.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

NO CORAÇÃO DO MACIÇO DE BATURITÉ

GRACINDA CALADO

Subindo a serra de Baturité rumo a Guaramiranga o clima vai amenizando o calor e uma brisa gostosa nos envolve fazendo-nos sentir o abraço carinhoso da natureza.
Enquanto caminhamos em caracóis pelos caminhos, a vista deslumbrante da serra em cordilheiras nos presenteia com um belíssimo espetáculo.
Árvores gigantescas seculares que envolvem seus galhos em outras árvores como abraço, árvores que derramam seus ramos como chorões caídos fazendo cortinas verdes, árvores que se enfeitam de flores roxas e amarelas como os ypês, árvores que se diferenciam das outras árvores como os bambus que se fecham em moitas grins.
Descendo as ladeiras avistamos o cafezal em flor parece um tapete vermelho coberto de frutinhas e cerração em tempo de inverno.
Na serra temos a impressão que estamos pertinho do céu, até podemos sentir o cheiro de Deus nas gotas de orvalho da noite passada nas manhãs frias.
Descendo os grotões rumo aos sítios e fazendas, avistamos maravilhosos canaviais que serpenteiam as margens dos rios que descem refrescando ainda mais a região. Mais à frente o bananeiral exuberante se apresenta encantando mais ainda nossos olhos.
Nas estradas de terra batida e nos atalhos de caminhos encontramos comboios de vendedores de frutas que vão à feira de Baturité vender ou trocar seus produtos. Pés descalços, roupas cobertas de nódoas dos pomares encharcados de leite que escorre das frutas fazendo manchar suas roupas e eles nem se dão conta de tudo isso.
A casa da fazenda ou do sitio está lá! Lugar privilegiado por Deus e pela a natureza! No coração da serra, testemunha de tanta beleza e de tanta felicidade gratuita.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

COISAS QUE NÃO SAEM DE MIM


GRACINDA CALADO

Tentei levar meu mundo para fora,

Com fotos e lembranças mil,

Coisas que não vão embora,

Fortes demais pra esquecer!

Cada hora que passa é eternidade

De recordações e de saudades!

Quisera eu apagar da minha mente

Os arranhões da minha história!

Clamo ao vento levar pra longe essa agonia,

Ela se faz presente a cada hora.

Tentei buscar caminhos adversos,

Mas nos reversos da caminhada ela foi embora!



sábado, 13 de outubro de 2012

SAUDADES!

SAUDADES!


Gracinda Calado

Saudades de ti minha querida irmã Tarcilia!

À noite enquanto a escuridão caía sobre a cidade eu pensava em ti. Meus olhos não seguraram as lágrimas que embaçavam minha visão, os meus pensamento chamavam uma estrela no céu que solitária se exibia para mim. Sei que eras tu mesma, pois brilhava para mim com um brilho todo especial

Viajei no tempo e o vento me trazia lembranças de nossa infância e nossa adolescência na querida cidade de Baturité, onde vivemos os melhores dias na companhia de nossos pais e irmãos. Não sabíamos o que era sofrimento, nem tristeza, nem ódio ou desprazer.

Crescemos e fomos sempre amigas, mais que irmãs!

Sinto tua falta em todos os momentos, chega a sangrar meu coração; daria tudo para apenas ouvir tua voz, as tuas gargalhadas especiais, tuas brincadeiras, teu sorriso, consolo-me vendo teu retrato na parede sem saber por onde andas ou te escondes nessa amplidão imensa do CÉU!

Teu coração deixaste em todos os corações que te amam e tua alma entregaste a Deus pois Ele te chamou porque és merecedora desse premio do alto. Adeus minha querida irmã e até a eternidade!