DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

BATURITÉ, MINHA TERRA NATAL!

GRACINDA CALADO


Estive na minha linda cidade para revê-la e matar as saudades.

Comprovei que não existe perfume mais embriagador que o da minha terra!

Seu povo alegre, os amigos de nossa época de juventude, os bosques floridos, as praças renovadas, até me deu saudades dos coretos, dos bancos de madeira, das árvores floridas, tudo me cheirava a juventude passada, adolescente feliz, de estudante alegre.

Visitei o antigo casarão dos Ramos, que hoje funciona o Fórum da cidade, fiquei maravilhada com tudo que vi lá. Uma organização espetacular, tudo no seu lugar, uma funcionária competente e apaixonada pela sua terra, que todos conhecem, NINA MOREIRA VIANA, minha amiga de infância,, que foi professora e diretora de uma escola pública no bairro do Putiú.

Assisti a missa campal de santa Terezinha, ao ar livre, uma brisa gostosa cobria todos os devotos,  revivi naquele lugar as olas gigantes, os cavalinhos, as cadeirinhas voadoras, lembranças espetaculares  me dominavam e minhas lágrimas caiam desfaçadamente lembrando meu tempo de criança.

Quase não prestava atenção a homilia do padre que rezava a missa.

Entrei na Igreja toda reformada, pintada no mesmo estilo de antes , chorei aos pés de santa Luzia e lavei minha alma.

Que bom é voltar ao passado quando ele foi feliz!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O CIRCO

O CIRCO


Gracinda Calado

A coragem e audácia do homem me encantam.
Jogos de luz no ar, tons coloridos e brilhantes.
No turbilhão de luzes e de cores aparecem os animais.
Carrosséis de cavalinhos desfilam com garbo
E o picadeiro vibra loucamente!
O elefante no ritmo da moda balança o pezinho
E dança de emoção!
Agora o cavalinho exibe seu sapateado
Ao som do clarim e do tambor.
O homem é o domador selvagem,
 O animal fera adestrada...
Cordas bambas no ar, lonas, trapézios e arames,
O homem avança corajoso, esquece o mal,
Lança-se destemido no fio de metal:
Daqui pra lá, de lá pra cá, tudo é normal!
O jovem malabarista se apresenta,
Corpo, braços e mãos se agitam ligeiros.
É inconfundível a magia do circo!
Danças de luzes, jogos e ações,
Incrivelmente tonto o embriagador de paixões
Consegue embriagar toda a platéia!
O palhaço, ah! O palhaço louco
Cômico engraçado consegue conquistar corações,
Identifica-se com a alma infantil.
Passo matreiro agitado, brincalhão, feliz, atrapalhado,
Provoca gargalhadas, não chora.
Ri a fantasia. Consola e anima.
Brilha, enche a vida de alegria!


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

EM MEU JARDIM...

GRACINDA  CALADO


Em meu jardim plantei lágrimas de estrelas
Que choravam nas caladas da noite escura.
O véu luminoso desceu na escuridão e derramou
Sobre a terra azul o pó de estrelas e cobriu o mar...
No solo roxo das saudades, guardei as estrelinhas
Que nasceram como pérolas orvalhadas,

Em meu jardim colhi belas e perfumadas flores
Que ao anoitecer exalavam misteriosos perfumes.

Em meu jardim nasceram acácias multicores,
Rosas, papoulas coloridas de luar e mar,
Fazendo-se estação de primaveras...

Em meu jardim de amores clandestinos,
Plantei teu adorado coração, no rubro solo
Das paixões e dos encantamentos,
Reguei os seus odores com delírios, nas
Bromélias e nas hortências multicolores...

Em meu jardim nasceram lírios de perfeição
E brancura, rosas vermelhas e amarelas,
Entre os espinhos e os cardos do destino,
Que nos traiu, deixando marcas, cicatrizes e arranhões,
Nasceram solidões, melancolias, no solo arenoso da separação.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

MONÓLOGO

MONÓLOGO (Este texto foi inspirado nas lembranças da velha casa do sitio Monte Castelo)

CASTELO DOS MEUS SONHOS
Gracinda Calado

Estou aqui para te ver, falar contigo,

Sentir o teu cheiro forte de passado.

Desarrumar teus baús e no fundo encontrar meus tesouros!

Não sei porque estou aqui a ti falar em tom severo,

Se depois de tantos anos de separação eu te desprezei!

A minha alma até hoje sente tua falta;

Teus segredos, teus carinhos nunca me esqueci.

Aqui no castelo os dias já foram de alegria.

Talvez de tristezas também.

Tuas paredes não mudaram, continuam fortes e seguras

Nem o vento derrubou!

Do outro lado da rua ficava a casa do meu bem.

Todas as tardes ele ficava na janela a me esperar,

Às vezes ele mandava bilhetinhos pela moça da varanda ao lado.

Morria de vontade de ir até lá, falar-lhe qualquer coisa!

Tu és testemunha de que fui fiel ao seu apelo,

De repente eu estava apaixonada e ele também.

Lembro-me do meu primeiro poema, foi para ele que eu escrevi,

E ele ficou todo prosa! Aí veio a resposta, não gostei. Sabes por quê?

Ele estava apaixonado! Não acreditei.

Na minha vida tudo mudou, estou só, sem amor, sem ninguém!

Não se esqueça de guardar os meus segredos no castelo de meu bem!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CADEIRA VAZIA

CADEIRA VAZIA



GRACINDA CALADO


 


AINDA ME LEMBRO TUA CADEIRA DE BALANÇO, QUE NAS TARDES QUENTE EMBALAVA

TEU CORPO CANSADO DO PESO DA IDADE RELAXAVA AO SOPRO DA ARAGEM QUE VINHA DO JARDIM. QUANTAS COISAS PELA TUA CABEÇA PASSAVAM: DERROTAS E VITÓRIAS, SINCERAS AMIZADES, AMORES QUE PERECERAM AO LONGO DE TUA JORNADA!

COMO BATIA TEU CORAÇÃO !



O POR DO SOL DEIXAVA RASTROS PELO CHÃO FAZENDO A DOCE COMPOSIÇÃO DO LUGAR.

A NOITE CHEGAVA E COM ELA A SOLIDÃO DE DIAS IDOS E SOFRIDOS, DE ALEGRIAS DERRAMADAS PELO TEU CAMINHO, DE MIL HISTÓRIAS, CONQUISTAS E VITÓRIAS.



NAS MANHÃS AMENAS EM TUA CADEIRA, FIXA NO MESMO LUGAR, NÃO LIAS MAIS O TEU JORNAL, POIS A CATARATA INVADIU O TEU OLHAR.

GRANDE PAI TU FOSTE EM TUAS RESPONSABILIDADES, GRANDES EXEMPLOS DEIXASTE PARA NÓS, TEUS FILHOS, ALÉM DO AMOR E TUA DEDICAÇÃO.



ESTA CADEIRA HOJE ESTÁ VAZIA. VAZIA DO TEU CORPO, MAS NÃO DE TI.

TUA CADEIRA HOJE SE EMBALA AO SOPRO DO VENTO E DOS TEUS PENSAMENTOS.

A CADEIRA FOI O TEU REFUGIO, TEU ACONCHEGO, TEU CONSOLO, QUANDO NÃO PODIAS MAIS CAMINHAR SOZINHO PELOS LUGARES QUE TU ANDAVAS, SEM DIFICULDADES...



NELA DEIXASTE O CHEIRO DE TEU SUOR, O CALOR DE TEU CORPO, O SAL DE TUAS LÁGRIMAS, AS HISTÓRIAS DO TEU PASSADO, O PESO DO TEU CAMINHAR.

TUA PRESENÇA É TÃO VERDADEIRA, COMO O SOM DA TUA VOZ FORTE AO CHAMAR POR MINHA MÃE, TUA COMPANHEIRA DE TODAS AS HORAS.

HOJE TUA CADEIRA CHORA TUA AUSENCIA. ELA CONTINUA VAZIA!





domingo, 1 de setembro de 2013

A FLOR DO CACTUS

A FLOR DO CACTUS

Gracinda Calado



Quem disse que a rosa é a mais bela?

A flor do cactus entre todas as flores

É a mais bonita a mais faceira e mais singela.



Nasce entre espinhos, sem medo de morrer,

Sua beleza encanta até quem lhe despreza,

Respira altaneira com vontade de crescer.



Nunca se viu assim tão invejável flor,

Com ares de princesa ou de rainha,

A flor do cactus, é a flor do bem e do amor.



Na sua história de perfeição real,

Outras existem que sempre invejam,

Sua cor, sua beleza, seu perfume natural.



Flor do asfalto, das pedras e das caatingas,

O seu destino é enfeitar e perfumar

Todos os espinhos que lhe transpassam

Sem correr sangue, nem lágrima a derramar.



Eu queria ser como a flor do cactus,

Em vez de chorar a dor de espinhos,

Perfumar as lágrimas de amores.







domingo, 25 de agosto de 2013

MISTÉRIO INTERIOR

MISTÉRIO INTERIOR

GRACINDA CALADO

Se ouvires o vento chamar,

E a brisa leve teu corpo tocar

Sou eu que te chamo ligeiro,

Para o meu corpo abraçar.



Se ouvires o meu sussurrar

Cheio de grande emoção

É minha alma que chora

Para implorar teu perdão.



O amor que guardo em meu peito

Ninguém jamais pode calcular,

Nem meus olhos podem dizer

O quanto posso te amar!



Por onde andas meu amor,

Que plagas te escondes?

Vem, que aqui estou esperar!!



Já calou o vento e acalmou o mar,

O sol fugiu e a noite chegou

Com seus mistérios e as estrelas

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

UMA VIAGEM AO PASSADO

UMA VIAGEM AO PASSADO

Gracinda Calado

Saindo de Fortaleza, rumo ao interior do Estado do Ceará, principalmente sertão sul, nos deparávamos com surpresas incalculáveis nas terras áridas do Nordeste.

No caminho passava boi, passava boiada, árvores e plantações de algodão e roçados floridos em pleno mês de Junho/julho, planícies, e plantações de cana de açúcar, que se emolduravam em plena cidade de Redenção.

Na frente, curvas e ladeiras desbravadas no coração da serra de Itapaì, deixavam um friozinho no peito, e logo o medo ia embora quando o pensamento viajava nas ondas da música da máquina a vapor: “café com pão, café com pão”, e o coração batia forte rumo aos sonhos e as fantasias da juventude, e para atrás as saudades e lembranças das boas férias.

Nas curvas do caminho o vento batia em nosso rosto juvenil, sentíamos o gosto e o perfume das frutas da estação quase chuvosa, e a beleza natural das flores que se descortinava aos nossos olhos!

Lá ia o trem, subindo e descendo a ladeira! A querida maria-fumça, contornava as curvas perigosas nas encostas da serra.O cheiro de mato e de eucaliptos deixava um perfume no ar, e o prazer da viagem aumentava e logo chegaria ao destino desejado, a cidade de Baturité.

Quando o trem parava na estação a variedade de guloseimas e frutas eram vendidas em tabuleiros,e as uvas preta em cestinhas, muito procuradas pelos passageiros do trem. A máquina demorava um pouco a fim de se abastecer de água e carvão que logo foi substituído por óleo diesel.

Da estação avistava-se a cordilheira de montanhas que formavam o maciço com seu verde dégradé e seu clima ameno, era um convite a todos que chegavam na cidade para conhecer as belezas da terra.

Os passageiros desciam do trem e logo ficavam curiosos com as ladeiras de nossa cidade, o verde em suas praças, e os encantadores benjamins, como também seus floridos jardins.

Aos que partiam, uma saudade gravada em seus corações.

Aos que ficavam, a alegria de voltar ao torrão natal!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A DANÇA DAS BORBOLETAS

(Minhas memórias de Baturité)



Gracinda Calado



Uma borboleta chegou muito faceira, invadiu o jardim e ficou.

Dançou e rodopiou na roseira.

Chegou assim de repente, sem pedir licença a ninguém.

Fez festa nas flores, sugou o mel de todas elas e dançou.



Chegaram outras borboletas...

Na dança das borboletas eu sonhei.

Na dança das borboletas eu imaginei você sorrindo...

Na dança das borboletas o seu amor era lindo!

Lindo, colorido de mil cores sem igual.



A borboleta faceira era azul me entreguei;

A borboleta vermelha era bailarina, dancei.

As cores rosadas eram das borboletas elegantes, não competi.

A borboleta amarela era a mais singela, atrativa e sensual...

No meu sonho eu era a borboleta lilás, agressiva, poderosa sem igual.

Você fazia parte do meu sonho, das minhas cores e da minha vida.

Você era a roseira preferida de todas as borboletas do jardim!

sábado, 10 de agosto de 2013

DOCE VISÃO

DOCE VISÃO

GRACINDA CALADO BARROS

SENTA AQUI COMIGO AGORA!

VAMOS CONVERSAR PAI ,COMO FAZÍAMOS OUTRORA?

QUERO OUVIR DE TEUS LÁBIOS

AS AMARGAS EXPERIÊNCIAS DA VIDA QUE LEVASTE;

QUERO OUVIR DE TI O LAMENTO DE TEUS DIAS.

EMBALAR-ME NA TUA CANÇÃO!

SONHAR QUE ÉS REAL E VERDADEIRO.

SENTA AQUI COMIGO AGORA!

CONTA-ME UMA HISTÓRIA, ALEGRE OU TRISTE.

QUERO SER PORTADORA DOS TEUS DESEJOS, DOS TEUS SONHOS...

CHEGA MAIS PARA PERTO,

VELA MEU SONO, EMBALA MINHA CANÇÃO.

APERTA-ME EM TEU PEITO,

Ó MIRAGEM EM FORMA DE ORAÇÃO!

Ó SOMBRAS DA MADRUGADA EM FORMA DE SONHO!

Ó ILUSÃO PASSAGEIRA!

QUERO COBRIR-TE DE FLORES ORVALHADAS DA NOITE!

EMBRIAGAR-ME NA LUZ E NO PERFUME QE EMANA DE TI.

DOCE ILUSÃO PASSAGEIRA DA MADRUGADA!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A RUA, A PRAÇA, O JARDIM 
Adicionar legenda




Gracinda Calado



Passo na rua da minha cidade,

Meus pés caminham encharcados pelo orvalho da noite passada...

Atravesso a praça dos amores, que outrora eu vinha

Declarar minha paixão e meu amor.

Ainda ouço a música que toca verdadeira, igual àquela que

Em outras ocasiões tocava!.



A grama molhada deu-me a impressão

Que as lágrimas da noite foram derramadas na madrugada.

Um raio de sol surge alimentando a alma da gente.

Uma flor se abre no jardim da praça, tão alva como algodão.

As pessoas passam como sem dar atenção,

Que ali uma história aconteceu outrora com alguém.



Tento sorrir, tento chorar com minhas lembranças,

Em vão soluço o pranto que já se foi...

Minha alma chora calada resistente, acalantada,

Ao ouvir plangentes violões na rua da esperança.

Um toque, um sinal, no sino da igreja diz:

É hora de rezar, orar ao Menino-Jesus.



Não sei onde ficaram as lembranças

De um passado bom e muito feliz,

Onde se escondem as recordações e saudades,

Da linda história de amor que um dia acabou,

Sem nenhum sinal, sem despedida, nem beijos,

Sem uma palavra, sem emoção, sem desejos.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

MAIO DE 1941

Chão molhado, chuva caindo lá fora

No coração de uma mãe a longa espera,

Cheiro de jasmins no ar, rosas desabrocham,

Ao som do sino da matriz.



A natureza toda compartilha da espera,

Aquece os corações naquela manhã fria,

Na igreja o padre reza uma oração,

A cidade começa a caminhar em passos lentos...



São 5 horas, corpos se espreguiçam,

O cheiro de terra molhada anuncia a chuva que cai.



Dentro de casa ela sofre a dor do parto

É minha mãe na doce paciência.

Quem virá, menino ou menina?

De repente um choro rompe aquele ritual,

A luz em meus olhos brilhou mais forte,

O mundo me recebeu naquela manhã fria,

Senti o cheiro do café pela primeira vez,

quarta-feira, 10 de julho de 2013

LEMBRANÇAS DOS FOLGUEDOS

GRACINDA CALADO

Debaixo de teus cajueiros o tempo passava depressa, como os amores da juventude e as águas de verão.

O sol batia em nossa pele bronzeada, envolvida no cloro da piscina que amenizava nossas férias no mês de junho. Eram esplêndidos os folguedos de ‘são joão’, as fogueiras, as comidas de milho e tapiocas, as músicas regionais nordestinas e a paçoca de carne de sol!

Enquanto a música tocava, todos nós nos envolvíamos nos assuntos de família e nossa mãe nos chamava para o almoço ou jantar, e o aluá e o milho verde depois assado na fogueira. Era costume fazer fogueira e no dia seguinte recolher as cinzas, que eram jogadas nas plantas para que prosperassem.

Era assim durante as férias: muitas brincadeiras, banho de piscina, muitas frutas e reunião de família, sem darmos conta do tempo que passava e a conversa rolava por muitas horas e muitas histórias e controvérsias vinham à tona nessa hora.

Quando o cansaço chegava armávamos as redes no alpendre para um rápido cochilo. As visitas não paravam de chegar, e logo nos uníamos a todos ,numa breve animação!

Como eram doces os dias felizes no sítio “Boa Vista”!



                                                                                                                                                       

terça-feira, 2 de julho de 2013

ÀS VEZES O MEU PEITO CHORA...

ÁS VEZES O MEU PEITO CHORA

ÁS vezes o meu peito chora com saudades de ti minha terra querida!

Foi lá onde senti o primeiro cheiro das frutas maduras e os primeiros gorjeios dos pássaros que cantavam no jardim. Alegrava-me com tuas flores e tuas cores que enfeitavam a cidade inteira!

Cidade antiga, encravada no coração do maciço, tens um cheiro diferente e um jeito verdadeiro de receber teus visitantes! Em cada canto de teu coração pulsa uma alma branca como o céu do meu Brasil, pintada de azul anil.

Minha terra perfumada pelas flores do café maduro, vermelho como o sangue de tuas amas leiteiras e forte como teus trabalhadores de enxada, que buscam nas floradas da serra os frutos maduros, a lenha, o cipó que faz o cesto, a lenha para queimar e cozinhar o feijão! Terra das devoções à virgem Maria e ao Sagrado Coração!

Saudades de tuas ladeiras, tuas ruas e tuas casas bem juntinhas umas com as outras. Lá todos eram como irmãos de verdade, filhos do mesmo berço, criados no mesmo solo acolhedor, sonhadores e criadores dos mesmos desejos, que a noitinha rezavam e aos domingos iam à missa rezar a Nossa Senhora!

Que saudades que eu tenho, minha querida Baturité, do teu jeito trigueiro, do teu cheiro, de tuas curvas sinuosas, de tuas ruas mimosas!

Pensando em ti penso nos meus pais que se foram e há quanto tempo viveram debaixo do mesmo sol que me abraça e beija meus filhos e meus netos.

Tenho por ti uma grande gratidão, foi lá que encontrei o meu verdadeiro amor primeiro, pai de meus filhos e avô de meus netinhos.

Saudade do teu clima, nas noites de são João, nas temporadas de férias e das festas bem animadas, decoradas de flores e lindos “copos de leite”, nascidos no coração da serra com uma brancura sem igual.

Tenho por ti gratidão de ter nascido em teus braços, de ter sido batizada em tua igreja principal e ter sido consagrada pelo Crisma na matriz! Quando a saudade apertar corro pra te ver, minha terra adorada!

ÁS vezes o meu peito chora com saudades de ti minha terra querida!
Foi lá onde senti o primeiro cheiro das frutas maduras e os primeiros gorjeios dos pássaros que cantavam no jardim. Alegrava-me com tuas flores e tuas cores que enfeitavam a cidade inteira!

Cidade antiga, encravada no coração do maciço, tens um cheiro diferente e um jeito verdadeiro de receber teus visitantes! Em cada canto de teu coração pulsa uma alma branca como o céu do meu Brasil, pintada de azul anil.

Minha terra perfumada pelas flores do café maduro, vermelho como o sangue de tuas amas leiteiras e forte como teus trabalhadores de enxada, que buscam nas floradas da serra os frutos maduros, a lenha, o cipó que faz o cesto, a lenha para queimar e cozinhar o feijão! Terra das devoções à virgem Maria e ao Sagrado Coração!

Saudades de tuas ladeiras, tuas ruas e tuas casas bem juntinhas umas com as outras. Lá todos eram como irmãos de verdade, filhos do mesmo berço, criados no mesmo solo acolhedor, sonhadores e criadores dos mesmos desejos, que a noitinha rezavam e aos domingos iam à missa rezar a Nossa Senhora!

Que saudades que eu tenho, minha querida Baturité, do teu jeito trigueiro, do teu cheiro, de tuas curvas sinuosas, de tuas ruas mimosas!

Pensando em ti penso nos meus pais que se foram e há quanto tempo viveram debaixo do mesmo sol que me abraça e beija meus filhos e meus netos.

Tenho por ti uma grande gratidão, foi lá que encontrei o meu verdadeiro amor primeiro, pai de meus filhos e avô de meus netinhos.

Saudade do teu clima, nas noites de são João, nas temporadas de férias e das festas bem animadas, decoradas de flores e lindos “copos de leite”, nascidos no coração da serra com uma brancura sem igual.

Tenho por ti gratidão de ter nascido em teus braços, de ter sido batizada em tua igreja principal e ter sido consagrada pelo Crisma na matriz! Quando a saudade apertar corro pra te ver, minha terra adorada!

CRIAÇÃO : GRACINDA CALADO

sexta-feira, 28 de junho de 2013

UMA PRECE PELA NATUREZA

UMA PRECE PELA NATUREZA


Gracinda Calado


Oh Deus! A natureza pede socorro.
Onde era rio caudaloso, somente um fio de água chora sobre a terra seca.
Por outro lado cascatas devastadoras empurram cidades e pessoas para o fundo dos abismos fazendo a desgraça de muitas famílias.
No fundo dos oceanos os peixes sentem o aquecimento global e suas conseqüências.
Os corais estão morrendo nas águas vermelhas contaminadas pelos minerais nocivos aos peixes, crustáceos e esponjas coloridas.
Oh Deus! Alivia a matança desses animais que trazem beleza aos nossos mares.
Segura com tua mão protetora a fúria dos vulcões, as tempestades de inverno e verão. Manda para todos nós as flores e os perfumes das primaveras, ameniza o frio dos invernos rígorosos!
Oh Deus! Controla a mente nefasta do homem para não agredir o meio ambiente, com seu espírito destruidor e poluidor do ar, dos mares, da terra, dos rios, da natureza!
Sentimos a falta dos pássaros que enfeitam as matas e enchem de alegria o ar com o som de seus gorjeios.
Oh Deus dos mares! Protege os marinheiros que vivem na solidão do infinito. Acalma os temporais, livra os caminhos que singram as grandes ondas que permeiam os oceanos.
Não deixa que nosso planeta se extinga na imensidão do universo, que as estrelas não pereçam, o sol não desapareça, e a lua não fuja para longe onde não encontre nunca o sol! Obrigado Senhor!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

ATRAVÉS DA JANELA



Gracinda Calado

Através da minha janela vejo a vida passar docemente.

Homens que passam ligeiro em busca de seu ganha pão,

Mulheres que andam depressa na esperança de chegar primeiro.


Crianças que correm para a escola, levam no braço a sacola.

Já é hora de estudar!

O dia começa e com ele a esperança de um dia melhor,

Um dia alvissareiro, para os que trabalham o dia inteiro.

Através da minha janela, jovens se divertem jogando bola na rua;

Uns casais de velhinhos sorridentes vão em busca de um jardim,

Vão em busca de um alento para o triste pranto,

E a vida, docemente lhes prepara um novo encanto.

Casais de namorados felizes de braços dados,

Abraçados, trocam juras de amor.


Enquanto olho a janela, meu peito bate forte a saudade;

De um amor ausente e uma lembrança presente.

Aquele banco lá da praça também conta histórias de amor.

No jardim, as flores lembram o que já se foi e não voltou!

Através da minha janela vejo a vida passar lentamente...

segunda-feira, 17 de junho de 2013

(Viagem a Baturité)



Gracinda Calado
Viajando para Baturité, seguimos a estrada de rodagem rumo á serra de Guaramiranga e Pacoti, no alto do Maciço.

A viagem é agradável, principalmente quando passamos em Itapay e Antonio Diogo, pequenas elevações aparecem, alguns despenhadeiros onde passa a linha do trem rumo ao Crato. A visão é maravilhosa!Chegando a Baturité nos deparamos com a estação ferroviária onde está exposta uma réplica da máquina a vapor, que fazia a linha Fortaleza-Crato.
 Ela levou o nome carinhoso de Laura 400. Fica no bairro Putiú.

Seguimos pela avenida D. Bosco, logo encontramos o colégio das irmãs salesianas de Maria Auxiliadora. É um colégio católico, cujo ensino é um dos melhores da cidade. As filhas de Maria Auxiliadora dedicam-se a formar seus alunos com uma formação moral e religiosa digna, como também prepará-los para o exercício da cidadania.

Na mesma rua temos o prédio dos Salesianos de D. Bosco, que em anos passados foi educador de rapazes, dentro da filosofia de D. Bosco. Hoje funciona uma escola pública.

Seguindo pela mesma avenida chegaremos à praça de Santa Luzia, muito arborizada, cujas árvores são ornamentações vivas em forma de animais e outras decorações.

Baturité é uma cidade que prima pela sua religiosidade e conhecida como a capital intelectual do Maciço. De longe avistamos o antigo colégio dos Jesuítas, no alto da serra, cuja arquitetura data do período colonial. Suas muralhas de pedra e cal desafiam a floresta ao seu redor.A beleza do verde se espalha por todo canto. Nas imediações encontramos uma estátua em tamanho natural , de nossa Senhora de FÁTIMA, no alto da serra abençoando toda a cidade. O caminho percorrido da cidade para a imagem da santa é feito em 365 degraus, em forma de via-sacra, onde em cada espaço há uma estação da paixão de Jesus, terminando na estátua da santa, no alto da serra.

Passamos pela igreja Matriz de N. Senhora da Palma, cuja arquitetura tem mais de 100 anos e guarda santos antigos da época colonial.

Em frente a igreja foi erguido um pelourinho em comemoração ao centenário da cidade, em 1961. Na mesma praça fica a Prefeitura , cujo prédio chamado Entre-Rios,de arquitetura secular , já foi palco de grandes momentos da história da nossa terra e do Brasil, pois lá autoridades de épocas remotas já foram recebidas em festas de grandes galas.

Tenho orgulho de minha terra.Ela é uma das mais importantes da história política do nosso estado, onde saíram de lá pessoas que se empenharam na política e na vida social do estado do Ceará.Como: vice-presidente, promotores, juizes, desembargadores, advogados, escritores, professores catedráticos no sul do país, médicos,engenheiros,uma gama enorme de pessoas de renomes no cenário político, cultural,como também religiosos como padres e freiras de congregações conhecidas internacionalmente.Por estas e outras coisas é que me orgulho de ser baturiteense.




segunda-feira, 27 de maio de 2013

A CASA DA MINHA INFÂNCIA

A CASA DA MINHA INFANCIA



Gracinda Calado

Olhando o seu retrato, volto a pensar os dias felizes que junto dela  passei. Seus arvoredos me falavam de natureza madura, pura , singela, que falava aos passarinhos, e se entregava toda inteira aos pardais. Vejo seu telhado antigo, desbotado do tempo e dos ventos, inspiravam tranqüilidade e segurança.

Pela manhã no jardim, rosas se abriam como sorrisos de alegria, enquanto os beija-flores ansiosos chegavam para sugar o mel em competição com as abelhas. A força do colibri parado no ar me causava admiração, e as abelhas zumbindo em forma de círculos me deixavam tonta.

Quando olho sua fachada antiga, lembro-me dos casarões da minha cidade, e as ruas enfeitadas de benjamins, suas avenidas ajardinadas e as ladeiras que não me cansava de subir e descer, ora para ir ao colégio, ora para ir à Igreja, ou passear na cidade!

Os jacarés que derramavam água como animais de bocas abertas, encravados na fachada da frente, eram divertimentos nos dias de chuva, onde a criançada disputava um lugar debaixo de cada boca de jacaré para sentir o gosto da chuva caindo em suas cabeças.

Parece que estou ouvindo as palavras de minha mãe chamando para trocar de roupa, ou escovar os dentes, fazer os deveres de casa, sentar à mesa que já era hora de almoço ou jantar. Meu pai gostava de cortar canas e descascá-las para nós, parecia uma festa, ainda ouço o ranger dos dentes de cada um sugando o mel da garapa da caiana.

Na sobremesa era indispensável as frutas do sitio: cajaranas, mangas, bananas, sapotis, atas e muitas outras de época.Felizmente soubemos aproveitar todas as qualidades de vida que a natureza nos presenteou em nossa convivência naquela chácara.

Falei das flores e dos frutos, não podia deixar de falar dos caramanchões que cercavam as laterais da nossa casa. Brincávamos debaixo deles como se fosse o nosso paraíso! Tinha acácias vermelhas, trepadeiras amarelas e florzinhas lilases que não me lembro o nome.

Casa velha, que ainda recordo o meu sono na rede, armada no alpendre do lado. Nela sonhei com pardais, com coqueirais, com o mar, com as praias lindas do meu Ceará e hoje estou aqui vendo o mar e com vontade de voltar para a minha casa antiga na minha linda cidade de Baturité!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

VEREDAS DA SERRA


(Gracinda Calado)




Quem vai a Baturité subindo a serra, depara-se com uma vista maravilhosa!

O desfiladeiro das montanhas se estende formando uma cadeia de verde de todas as tonalidades.

O caracol das estradas oportuniza a gente deslumbrar os caminhos que passamos além das belezas tropicais entre os frutos e as flores que enfeitam as estradas.

Quanto mais subimos a serra mais vistas espetaculares se descortinam em nossa frente.

Aqui e acolá quedas de águas transparentes saltam aos nossos olhos como véus de noivas. Continuando a subir a serra, encontramos vendedores de frutas nas estradas vendendo seus produtos: siriguelas, sapotis, cajaranas, cajás, mangas, laranjas, tangerinas, bananas, jacas, enfim uma variedade enorme de frutas.

Várias mansões aparecem como também clubes e hotéis de veraneios. O ponto alto é Remanso hotel de serra, a pousada das flores e outras.

Algumas pousadas se instalam no meio da serra, em lugares de difícil acesso, em contato permanente com a natureza, lá se pratica ‘trilhas’ e a mata é muito fechada.

Encontramos sítios e canaviais que fabricam aguardente e outras bebidas.

Na região dos canaviais encontramos engenhos onde se fabrica rapadura, alfenim e melaço. Dizem que agora já exportam esses produtos para vários países, com sabores e essências de frutas.

Às margens das estradas, dezenas de restaurantes oferecem os mais saborosos pratos da região, frutas e verduras fresquinhas ao mais exigente paladar dos fregueses, enquanto saboreiam os mais deliciosos vinhos e aproveitam o ar puro e o clima de 17 graus.





sexta-feira, 17 de maio de 2013

ÁS AVÓS (PARA MINHA AVÓ GRACINDA COM TODO O MEU AMOR, NO DIA DE SEU ANIVERSÁRIO, 9 DE MAIO DE 2013 . SUA NETINHA KAMILLE CALADO)


CADA RUGA TUA REPRESENTA UMA HISTÓRIA,

E SÃO TANTAS!

QUANTAS EXPERIÊNCIAS,

QUANTAS HISTÓRIAS PARA CONTAR

QUANTOS CONSELHOS PARA DAR,

QUANTA PACIENCIA PARA NOS SUPORTAR,

ESQUECEM A SUA VIDA, PARA VIVEREM A NOSSA,

SEMPRE CHEIAS DE ATENÇÃO,

DE CARINHO, DE AMOR.

UMA ADVOGADA NA NOSSA VIDA
MEDIADORA NAS NOSSAS DECISÕES;

VOCÊ É O MEIO TERMO,

O EQUILÍBRIO,

A PALAVRA DE ESPERANÇA,

O COLO QUE ANINHA,

O OMBRO QUE APESAR DE CANSADO APOIA

O OLHAR DE COMPLACENCIA,

O OÁSIS DA SEGURANÇA QUE APLACA A SEDE,

E ALIMENTA O CORPO.

VOCÊ É TUDO DE BOM E DE BELO,

MINHA AVÓ QUERIDA!

SANDRA MAMEDE

PARA MINHA MÃE!



GRACINDA CALADO

UMA MULHER EXISTIU QUE MARCOU A MINHA VIDA,!

QUE ME ENSINOU A REZAR E A FALAR DE DEUS!

NAS HORARS MAIS DIFÍCEIS CURVAVA-SE AO CHORO DOS SEUS FILHOS,

QUE NA SUA INOCENCIA NEM IMAGINAVAM A DOR DAQUELA QUE LHE CUIDAVA, E LHE PREPARAVA PARA A VIDA: MINHA MÃE! SACRÁRIO VIVO DE UMA VIDA DOADA DIA E NOITE, TODAS AS HORAS, TODOS OS DIAS, TODOS OS MOMENTOS, SEMPRE RODEADA PELOS QUE DELA PRECISAVAM..

QUANTAS NOITES ESTA MULHER CHORAVA, QUANTAS NOITES ESTA MULHER CANTAVA PARA EMBALAR OS FILHOS PARA DORMIR, QUANTAS NOITES ESTA MULHER CAMINHAVA SOLITÁRIA PELA CASA TODA, PARA VELAR PELOS QUE ESTAVAM DOENTE, COM FEBRE OU COM FRIO.

ERA AQUELA QUE IA DORMIR MAIS TARDE E ACORDAVA MAIS CEDO, PARA PREPAR-LHE O MINGUAU.

QUANTAS VEZES ELA CHEGAVA DE MANSINHO, FALANDO BAIXO, PEDIA-ME PARA SEGURAR O IRMÃOZINHO QUE CHORAVA ., ENQUANTO ELA PREPARAVA-LHE O MINGAU OU A PAPINHA.

AH! MINHA MÃE SE EU SOUBESSE NAQUEE TEMPO O QUE APRENDI AGORA, TE COLOCARIA NUM ALTAR DE FLORES E DE LUZ, AOS PÉS DA MÃE DE JESUS!

Sonho contigo e sei que me proteges, como sempre fizeste em nossas vidas.

Em cada canto de nosso coração pulsa ainda um carinho, uma emoção um sentimento chamado amor!

Tua bênção minha mãe!

segunda-feira, 29 de abril de 2013

AMPLIDÃO DA NOITE

AMPLIDÃO DA NOITE


Gracinda Calado

Ao longe um ponto luminoso.
Raios de luar amenizam a escuridão.
No céu a lua chega devagar se mostrando toda nua.
Os seus raios insinuantes tocam toda a terra.
Um vento misterioso passa e arrasta a névoa que se esconde entre os rochedos.
Noite de tristeza e solidão, na praia solitária dos amores.
As estrelas cintilam docemente como pingos de luzes no infinito.
Assim é a amplidão da noite na minha cidade.
Casais de namorados embriagados de amor passeiam nessa noite fria.
Um apito vem lá do cais anunciando uma partida ou uma chegada.
Um veleiro passa ligeiro como uma borboleta seguindo a rota da luz.
Na amplidão da noite vultos passeiam para sentir a brisa gostosa do mar.
O mar, velho companheiro das solidões noturnas, testemunha fiel dos namorados,
Amantes do silencio da noite e do frescor do vento,silencia!
Horas são passadas na penumbra da lua, esperando a vez primeira de seus amores,
E dos seus encantos e paixões.
Horas são roubadas ao lado dos amores.
Horas são alimentadas de beijos e de desejos ouvindo a música das ondas.
Meia-noite, já é hora de voltar.



domingo, 28 de abril de 2013

A RUA, A PRAÇA, O JARDIM


 

Gracinda Calado
Passo na rua da minha cidade,
Meus pés caminham encharcados pelo orvalho da noite passada...
Atravesso a praça dos amores, que outrora eu vinha
Declarar minha paixão e meu amor.
Ainda ouço a música que toca verdadeira, igual àquela que
Em outras ocasiões tocava!.
A grama molhada deu-me a impressão
Que as lágrimas da noite foram derramadas na madrugada.
Um raio de sol surge alimentando a alma da gente.
Uma flor se abre no jardim da praça, tão alva como algodão.
As pessoas passam como sem dar atenção,
Que ali uma história aconteceu outrora com alguém.
Tento sorrir, tento chorar com minhas lembranças,
Em vão soluço o pranto que já se foi..
Minha alma chora calada resistente, acalantada,
Ao ouvir plangentes violões na rua da esperança.
Um toque, um sinal, no sino da igreja diz:
É hora de rezar, orar ao Menino-Jesus.
Não sei onde ficaram as lembrança
De um passado bom e muito feliz,
Onde se escondem as recordações e saudades,
Da linda história de amor que um dia acabou,
Sem nenhum sinal, sem despedida, nem beijos,
Sem uma palavra, sem emoção, sem desejos.



sexta-feira, 26 de abril de 2013

PLANETA AZUL



Gracinda Calado

Esta bola azul como cristal, é o planeta em que vivemos!

É a criação perfeita de Deus, onde nascem os viveiros de pássaros que voam livres no horizonte anil. Canteiros e jardins de flores tropicais, onde brota a grama fresca e os alimentos para os animais.

Planeta terra, cheio de águas puras cristalinas e de peixes variados nas profundezas dos mares.

Ecossistema invejável que encanta todos os lugares do planeta e beneficia todos os homens e mulheres!

Desde as cordilheiras aos mais insignificantes lugares, aos mais longínquos desertos de areia e neve, onde o sol desponta fazendo malabarismos no arrebol, planeta terra onde existe a vida em abundancia tanto no ar, no chão ou no mar, nas profundezas dos grandes oceanos, nas correntezas dos rios, nos solos mais profundos e cheios de mistérios, onde se escondem os minerais. Nas areias brancas como rendas, nas planícies ensolaradas, nas montanhas verdejantes...

O homem velho descobridor de terras e de mares, dono das riquezas que brotam da terra fértil, caprichoso se aproveita da imensidão desses lugares para interferir na natureza que lhe oferece tudo de graça.

Bilhões de pessoas abusam de sua grandeza para lhe tirar proveitos fáceis. Poucos são os que cuidam desse planeta!

Planeta terra, coração do mundo, sacrário dos sonhos e das ilusões do universo, onde pulsa os corações universais do amor!

Cuidemos desse planeta, ele é nossa morada e nosso lar!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A CHUVA



Gracinda Calado

Chuva que cai na alma, difícil de se entender,

São teus olhos chorando,

Com vontade de me ver.
A noite vem forte calada, se instala sem permissão,

Enquanto o pranto escorre

Dentro do meu coração.

Chuva que cai no telhado, molha teu peito e o meu,

Arrasta esperanças guardadas,

No meu coração e no teu.

Chuva que trás esperanças, de fartura e de bonança,

É como um doce alívio,

pra amenizar o meu pranto.





sexta-feira, 19 de abril de 2013

CENÁRIOS DE VIDA

CENÁRIOS DE VIDA

Gracinda Calado

Nossa infância marca um cenário de nossa vida.

Somos crianças ainda pequenas, indefesas, dependentes.

Seguimos os rastros da luz, caminhamos sem destino, sem nada questionar.

Queremos explicações de tudo que nos rodeia, nos incomoda, nos aflige e nos castiga.

Crescemos adolescentes, sem muitas explicações. Só vemos o que nos interessa e só queremos o que não é pra querer, assim dizem nossos pais.

Estudamos, brincamos, corremos, cantamos, a vida é pura alegria, porém de repente tudo fica chato, cinzento, triste, nada queremos. Que cenário esquisito!

Logo seremos adultos, melhorar ou piorar...

Somos adultos: aí tudo se complica. Sabemos de tudo, temos a sabedoria incondicional dos poderosos, dos que marcam suas vidas com a experiência majestosa dos que viveram mais e aprenderam mais.

Temos mais problemas existenciais, sentimentais, culturais, sociais, financeiros, amorosos, de relacionamentos etc.

Em nossa vida vivemos aprendendo e errando, errando e aprendendo, em todos os momentos somos policiados por nós mesmos, pelos outros, pela sociedade que não nos paga nada pra isso. Nossa vida é uma escravidão social, onde o que vale é o que tem mais, onde deveria ser o que ‘é mais e oferece mais’. É o cenário da incoerência.

Quando ficamos idosos, velhos e carentes, somos incompreendidos pelos familiares e pelos amigos somos abandonados. Quem se arrisca a querer ser nosso amigo?

Somos inúteis, incompetentes, desajeitados, doentes, desarrumados, surdos, mudos, só falamos demais...O nosso cenário é de penúria e doçura. Há os que se penalizam de nós, somos velhinhos, engraçadinhos parece que somos anormais...

Questionamos o porquê vivemos, agora vamos pra onde?

Para o céu dos normais? Já vivemos todos os cenários!

sexta-feira, 22 de março de 2013

TARDE FRIA (Memórias de Baturité)


Gracinda Calado

A tarde ia caindo, e o dia despedia-se da terra!

Um vento frio prenunciava uma noite fresca nos rincões da serra e a serração estendia-se por sobre os montes verdes, floridos, e chegava ao sopé da cordilheira.
Na cidade as luzes eram acesas anunciando que a noite chegara cedo.
Nas praças e jardins as pessoas se encontravam, passeavam pra lá e pra cá!
Muitas vezes era necessário um bom agasalho para amenizar o frio. Algumas gostavam daquela temperatura amena que preparava a todos para um sono tranqüilo. Aos poucos a rua ia ficando mais calma, não se ouvia grandes ruídos.
Nas caladas da noite, às vezes, só ouvíamos os latidos dos cães ou o pio das corujas agasalhando seus filhotes.
Nas ruas cheias de sombras dos benjamins que enfeitavam a cidade, passávamos em paz, enquanto o vento urgia nas folhagens verdes das árvores trazendo de longe o perfume das flores do campo e dos jasmins.
A noite era clara, mas o frio em nossa pele convidava-nos ao aconchego das cobertas. As luzes das casas já se apagavam lentamente, e dentro de alguns lares sentia-se o cheiro do café que era tomado para esquentar o frio.
Tudo isso nos lembra nossa terra, quando éramos pequenos e sentíamos a cor e o perfume da natureza que se derramava toda para nos beneficiar com sua beleza! Nos jardins as flores orvalhadas desabrochavam exibindo sua magia natural. Os bichinhos e as borboletas iam ao encontro da luz e fugiam do escuro para beijar outras flores...
Felizes somos nós que sorvemos desses sabores naturais e sabemos o que é bom e verdadeiro em nossas vidas.



quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A RUA, A PRAÇA, O JARDIM


Gracinda Calado

Passo na rua da minha cidade,
Meus pés caminham encharcados pelo orvalho da noite passada...
Atravesso a praça dos amores, que outrora eu vinha
Declarar minha paixão e meu amor.
Ainda ouço a música que toca verdadeira, igual àquela que
Em outras ocasiões tocava!.
A grama molhada deu-me a impressão
Que as lágrimas da noite foram derramadas na madrugada.
Um raio de sol surge alimentando a alma da gente.
Uma flor se abre no jardim da praça, tão alva como algodão.
As pessoas passam como sem dar atenção,
Que ali uma história aconteceu outrora com alguém.
Tento sorrir, tento chorar com minhas lembranças,
Em vão soluço o pranto que já se foi...
Minha alma chora calada resistente, acalantada,
Ao ouvir plangentes violões na rua da esperança.
Um toque, um sinal, no sino da igreja diz:
É hora de rezar, orar ao Menino-Jesus.
Não sei onde ficaram as lembranças
De um passado bom e muito feliz,
Onde se escondem as recordações e saudades,
Da linda história de amor que um dia acabou,
Sem nenhum sinal, sem despedida, nem beijos,
Sem uma palavra, sem emoção, sem desejos.



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

AS MÃOS DE MINHA MÃE


Gracinda Calado

Tuas mãos enrugadas pelo tempo,

Pelo trabalho e pelo zelo de servir.

Tuas mãos mimosas, perfumadas,

Abraçam meu corpo em contratempo,

Erguem-me ao mais alto pedestal de amor.

Mãos que agradam e batem palmas,

Mãos que acariciam docemente o filho,

Mãos que viveram e conviveram

Mãos que sustentam e abençoam,
Mãos que batizam e purificam.

Tuas mãos tão delicadas, carinhosas,

Tuas mãos por onde corre o sangue vivo

Tuas mãos tão delicadas e perfumosas

Tuas mãos que seguram meu destino,

Mãos de mãe e de mulher maravilhosa!

Mãos que embalam nossos corações,

Mãos que adormecem e tecem carinho,

Seguram o tempo e o berço do filhinho,

Enlaçam o abraço do pobre velhinho;

Mãos que sempre rezam orações!

Mãos, tuas mãos! São minhas mãos!