DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008




COISAS DA MINHA TERRA ( Passeio à estação)
Gracinda Calado

Lá pelos anos 50 e 60, na minha terra os jovens estudantes tinham um costume de passear na estação ferroviária. Às 9:00, chegava um trem vindo de Fortaleza com destino ao Crato.
A estação ficava lotada de pessoas que vinham assistir a passagem desse trem onde nele se encontravam personalidades importantes da política, da educação, do rádio ou do teatro cearense, como também da igreja. O trem era o único meio de transporte que ligava a capital ao sertão, o norte ao sul do estado.
Naquele momento vinham os estudantes dos colégios salesianos Domingos Sávio e N. Senhora Auxiliadora. Esses estabelecimentos de ensino ficavam perto da estação e muitos alunos no horário do recreio, matavam aulas e iam passear e flertar com as jovens lá na praça do putiú.
Na hora que o trem chegava era uma grande animação: vendedores de frutas, laranjas, uvas, tangerinas, mangas, cajus, siriguelas,como também os doces e bananas passas, que chamávamos de bananas secas.
O trem demorava na estação para abastecer a máquina que era a vapor. Geralmente era a de nº 400 que logo foi apelidada de Laura 400. Muita gente ficava triste, chorava, quando o trem partia e só deixava saudades. Aquele momento na estação ferroviária era mágico! Pessoas partiam, outras deixavam partir seus amores, outras encontravam o par ideal, muitas encontravam até casamento! Na hora da partida era muito triste. O trem saía muito devagar e as pessoas acenando com seus lenços brancos um adeus ou até breve. Tudo depois voltava ao normal. Os estudantes subiam a ladeira do “salesiano,” rumo à cidade em festa e muita brincadeira. Os moradores da rua Dom Bosco já conheciam as brincadeiras, próprias de adolescentes cheios de energia e muita saúde. Cantavam, gritavam, falavam alto e gargalhavam lembrando-se de algo que acontecera na estação. Que tempo bom aquele! Fui testemunha dessas horas maravilhosas em plena semana de trabalho e estudos.
Nossos pais não gostavam dessa atividade dos jovens. Quem podia barrar uma brincadeira tão sadia, em um lugar que não tinha o que fazer para ocupar o tempo de lazer?
O melhor de tudo era que todos eram amigos, como irmãos e a brincadeira tornava-se uma diversão.
Que tempos bons, velhos e belos, os tempos da nossa juventude e da nossa felicidade!

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