DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

BATURITÉ MINHA ALMA SE INFLAMA



BATURITÉ A MINHA ALMA INFLAMA


GRACINDA CALADO



QUANDO VEJO OS MOVIMENTOS E ALEGORIAS DE FIM DE ANO, PENSO EM MINHA TERRA.


MINHA QUERIDA BATURITÉ!


AS CASAS FICAVAM SEMPRE ABERTAS, AS LAPINHAS ERAM CUIDADOSAMENTE PREPARADAS, AS CRIANÇAS SE DIVERTIAM ENQUANTO APRENDIAM A HISTÓRIA SAGRADA, DO NASCIMENTO DE JESUS.


MÊS DE DEZEMBRO, MÊS DAS FESTAS!


CIRCULAVA ENTRE NÓS, CRIANÇAS E ADOLESCENTES AINDA, O DESEJO DE CONHECER JESUS, MARIA E JOSÉ, NA MANJEDOURA, AO LADO DOS TRÊS REIS MAGOS, DOS ANIMAIS NA ESTREBARIA, O LAGO FEITO DE ESPELHOS E PATINHOS QUE NADAVAM ENTRE O CAPIMZAL, FEITO DE ARROZ , PLANTADO NAS VÉSPERAS, DAVA UMA MÁGICA IMPRESSÃO QUE ESTÁVAMOS EM BELÉM NO VERDADEIRO PRESÉPIO!


O CÉU ERA REPRESENTADO POR ANJINHOS QUE VOAVAM EM CIMA DAS CABEÇAS DOS PERSONAGENS DA HISTÓRIA. EM ALGUMAS LAPINHAS ENCONTRÁVAMOS O BURRINHO QUE LEVOU O MENINO-JESUS FUGINDO DO REI HERODES, PELOS BRAÇOS DE MARIA, QUANDO DE UMA VISÃO UM ANJO DISSE A JOSÉ “FUJA QUE OS SOLDADOS ESTÃO PROCURANDO O MENINO-JESUS PARA MATÁ-LO”.


NA NOITE FRIA A FAMILIA FOGE, DEIXANDO PARA TRÁS, TUDO AQUILO QUE SIMPLESMENTE ACOLHEU JOSÉ, MARIA E O MENINO-DEUS, NOSSO SALVADOR.


NAS MINHAS RECORDAÇÕES, GUARDO NA ALMA E NO MEU CORAÇÃO AS EMOÇÕES E AS SAUDADES, DAQUELES DIAS MARAVILHOSOS DE CRIANÇA, E AS SAUDADES DAS ESTRELAS QUE ORNAMENTAVAM O CÉU DE BELÉM, A ESTRELA DALVA, QUE ANUNCIOU JESUS AOS TRÊS REIS MAGOS, SEGUINDO O CAMINHO DE BELÉM. LÁ OFERECERAM OURO, INCENSO E MIRRA A JESUS.


TUDO QUE APREDI, FOI NAS MARAVILHOSAS LAPINHAS FEITAS COM OS CUIDADOS DE QUEM ENTENDIA A HISTÓRIA, COMO DONA MARIA JOSÉ FALCÃO, QUE BRILHANTEMETE NOS PRESENTEAVA NAS COMEMORAÇÕES DE NATAL! COMO ERAM LINDAS AS SUAS LAPINHAS!!


HOJE NÃO ENCONTRAMOS MAIS AS “LINDAS LAPINHAS”, APENAS AS FANTASIAS DO GORDO PAPAI NOEL QUE TODOS OS ANOS, MAIS ENCANTA AS CRIANÇAS MAL INFORMADAS, PRINCIPALMENTE DAS CIDADES GRANDES, PELO DESEJO DO CONSUMISMO E DO GANHO FÁCIL. QUE DEUS PROTEJA AS CRIANCINHAS, E QUE OS PAIS ENSINEM O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL DE JESUS!


domingo, 20 de dezembro de 2009

ANO NOVO!!!!



ANO NOVO


(Gracinda Calado)



Exuberante a natureza explode em versos.


Enche-se de energia o mundo!


O ar explode em luz e som.



Nasce o Ano Novo!


Em meio às emoções, renasce a fé nos corações!


Malabarismos de cores, furta-cores no céu de nossa pátria!


Fogos coloridos enchem o ar e os corações de amores.



Contraste no céu e no mar.


O verde, o azul, e o luar, completam a festa num cantar.


Estouro de fogos e de luzes, magia na natureza.


Prenúncios, adivinhações, mistérios...


Nasce um novo ano, radiante e forte!



O ar se contamina de energia!


Em meu ser uma ânsia louca de viver e experimentar esse momento de prazer!


As pessoas caminham para um lado e outro, juntas nesta hora de paz e de emoção!


Deseja-se, se beijam, se abraçam, se amam!



Bons augúrios, bons presságios, bons ensejos.


A música explode no ar em sons e versos.


Lágrimas escorrem em nossas faces de tanta alegria!


Saudades invadem alguns corações solitários, lembranças de alguém que já partiu.



Todos rezam uma oração, uns agradecem, outros fazem um pedido, outros não dizem nada,


Ficam calados quietos e mais um ano termina!


Outro começa, renasce a vida, os amores, os projetos, as emoções.


Tudo é mistério para o ano que vem!

O ANO VELHO ESTÁ MORRENDO



O ANO VELHO ESTÁ MORRENDO


Gracinda Calado



O ano passou e passaram as tristezas, as alegrias, as incertezas, as angústias, as inseguranças, tudo que vivemos e convivemos com ele.


Só não passaram: a esperança, a coragem, a serenidade e a vontade de viver.


Com otimismo encontramos forças para resistir a tudo que nos machucou, decepcionou ou torturou intimamente, ou deixou marcas profundas em nossa alma.



Percorremos caminhos, fizemos amigos, deixamos rastros, pegadas, raízes entre as pessoas que amamos.


Dentro de cada um de nós floresceram alguns sentimentos bons: de fraternidade, solidariedade, justiça, enquanto se fortificaram a esperança do amor e a capacidade de dizer: “te amo”, ou "preciso de ti”.



Fomos crianças ao embalo das manhãs claras a espera de um milagre de vida.


Fomos felizes, enquanto arrancávamos as traças, a poeira e pequenas sujeiras da alma, porque soubemos conviver com as injustiças e as ingratidões, muitas vezes com quem mais amamos.



O espetáculo do ano que passou, terminou!


Tivemos perdas, mas tivemos muitos ganhos, e uma necessidade imensa de repensar a nossa vida, fazer balanço de nossas novas amizades, refletir velhos conceitos e acontecimentos!



Floresceram em nossas consciências os propósitos de avaliar tudo aquilo que não teve acréscimo para o nosso crescimento espiritual e os que acrescentaram algo em nossa convivência, principalmente com nossos familiares e amigos mais próximos.



Para que a festa que se aproxima, com o ano que vem, 2010 seja perfeita, esqueçamos os dissabores, as mágoas do passado e tudo aquilo que nos incomoda.


Que o raiar de novo ano nos traga a certeza de que seremos muito felizes e o ano seja pleno de realizações.



Saibamos usar nossa inteligência a serviço do bem e da felicidade ; saibamos fazer também felizes os que gostam de nós. Para isto usaremos as nossas falhas para corrigir os erros que acarretaram tristezas e dissabores a alguém.



Sigamos então o caminho, recomeçando, redescobrindo, reaprendendo ser feliz e fazendo alguém também feliz, com muita coragem, força e muita compreensão!


Feliz Ano Novo!!!!!!!2010.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CIRANDA CIRANDINHA...



CIRANDA E CIRANDINHA


Gracinda Calado


Nosso tempo de criança e adolescente, é carregado de recordações, na companhia de amigos e amigas que até hoje conservamos a sincera amizade.


Em Baturité, diante dos maravilhosos jardins e das praças bem cuidadas, usufruíamos dos sabores das frutas frescas, do sol que banhava nossos cabelos, e nas noites frias de junho o brilho da lua nos encantava, ao som de ingênuas canções ou clássicos cancioneiros, saídos das irradiadoras populares, que tocavam todos as noites para nos alegrar.


Nas calçadas famílias se agrupavam para esperar a hora de dormir. Enquanto o sono não chegava, muitos assuntos eram discutidos na roda: política, economia, educação, enquanto outros, ouviam em seus rádios a “hora do Brasil”. A meninada brincava no quarteirão sob o olhar dos pais e dos irmãos mais velhos.


Quantas vezes corríamos ao redor do coreto, brincando de pega-pega, ou sentados na calçada em posição de ordem, “para descobrir onde estava o anel”? Nós éramos felizes e não sabíamos!


No tempo de adolescentes freqüentávamos a sorveteria “RAINHA”, do Sr. Fransquinho, pai do nosso incondicional amigo José Helder, pessoa querida por todos , pelo seu carisma e sincera amizade. Saboreávamos gostosos picolés, sorvetes de abacate, graviola, abacaxi, sapoti, e outros, como também os sucos maravilhosos de cajá, caju, maracujá, e limão.


Que tempo bom, os encontros na casa da Nina Moreira e Carmem Silvia, “no grupo de amigos” que se reuniam para bater papo e fortalecer as amizades! No “clube dos estudantes”, freqüentado na sua maioria, pelos adolescentes e estudantes de todas as idades, lá ouvíamos boas músicas, dançávamos e conversamos bastante, e todos eram amigos de verdade.


No período de féria era melhor ainda pois tínhamos mais tempo para as diversões.


Aos sábados ou domingos combinávamos passeios nos “Jesuitas “ou na “via sacra”, no rio do Sr. Otávio,;no poço chamado “poço da moça”, ou tempos depois com a inauguração do balneário, dirigíamos para lá, aos banhos de piscina. Nunca para nós, mocidade da época dos anos, cinqüenta e sessenta, faltava divertimentos saudáveis, na boa companhia de nossos amigos do sexo masculino, que tinham por nós um carinho muito grande.


Muitas vezes me pego falando e recordando os momentos maravilhosos das reuniões de amigos na casa da Lisete Viana, ambiente descontraído e muito aconchegante, onde o fino era a intelectualidade, assuntos de bom nível cultural.


Nosso inesquecível INÀCIO VIANA, que hoje mora em Brasília, era um estudioso e intelectual da época, e nos servia de modelo e exemplo.


Aqui homenageamos os amigos e amigas que nos anos dourados fizeram a alegria da cidade e da juventude de nossa terra. Seria difícil citar o nome de todos, pois cairia no risco de faltarem alguns nomes. Salvem a nossa querida Baturité!


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

MARCAS QUE SE FORAM PELO CHÃO DA VIDA



MARCAS QUE SE FORAM PELO CHÃO DA VIDA


(Memórias da minha terra Baturité)


GRACINDA CALADO


O! INFÂNCIA DOS DIAS DE ANELOS E DOS CAMINHOS SEGUROS!


SEGURANDO A MÃO DO FILHO A MÃE SE AGITA E É FELIZ!


COMO SÃO DOCES OS DIAS DE CHUVA OU DE SOL BEIJANDO A ÁGUA CRISTALINA DO RIBEIRÃO EM BUSCA DE UM PORTO!


BENDITA MOCIDADE QUE EU VIVI E SONHEI UM DIA, NAS CALADAS DA NOITE O SONHO DE PRIMAVERA ACONTECIA.


O JARDIM EM FLOR SE DEBRUÇAVA PARA OUVIR MEU CANTO; SUAVE ERA A CANÇÃO QUE EU CANTAVA PARA ELE, PARA ACORDAR SEU SONO.


MANHÃS FAGUEIRAS GESTADAS NAS MADRUGADAS FRIAS DA VIDA AINDA EM BOTÃO.


OH! MOCIDADE DOS LIVROS E DESCOBERTAS, DOS SEGREDOS E DOS MEDOS DA JUVENTUDE.


RETRATOS DE AMOR QUE AINDA NÃO CHEGARA E QUE PROMETERA A VIDA INTEIRA.


MOMENTOS DE OUTONO EM PLENA PRIMAVERA, TÃO QUERIDOS, BEM VIVIDOS E CHEIOS DE MISTÉRIOS.


MARCAS PROFUNDAS SE ARRASTAM HOJE PELO CHÃO DA VIDA, DESFRALDADAS PELOS CAMINHOS TORTUOSOS PASSAGEIROS.


CICATRIZES, SINAIS DE SABEDORIA E EXPERIÊNCIA, ANSIEDADE DE VIVER INTENSAMENTE A VIDA!


ASSIM SÃO AS MARCAS QUE SE VÃO PELO CHÃO DA VIDA NA MINHA LINDA CIDADE!

domingo, 8 de novembro de 2009

O PÃO E O LEITE QUE ME ALIMENTARAM



O PÃO E O LEITE QUE ME ALIMENTARAM


(Memórias da minha terra)


GRACINDA CALADO


Onde ficaram tuas lembranças verdadeiras?


Teu sal que o sabor nos dava no alimento,


Onde ficou teu cheiro de café pilado,


O doce mel do açúcar na coalhada,


Onde ficou todo perfume espalhado


Pelo chão da sala e da cozinha?



Sabor igual ao pão francês não há,


Café com leite desnatado no fogão.


Ainda sinto o sabor dos teus beijus,


Tuas cocadas feitas de marrom glacê,


O leite mugido na hora certa matinal,


O fubá para fazer o saboroso angu.



Minha querida Maria soprando o fogão à lenha,


Sustentava o abano de palha pra lá e pra cá,


Dedicava-se de corpo e alma o cuscuz fazer,


Como se fosse sua, a vida dos que dela precisavam.



O alimento era a solução do corpo,


O amor era o alimento da alma.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

ORAÇÃO DA COLINA



ORAÇÃO DA COLINA


GRACINDA CALADO


No alto da colina uma imagem vestida de branco se ergue altaneira e majestosa.


Nossa Senhora de Fátima, a mais linda entre todas as mulheres.


Nas mãos ela traz um terço simbolizando o sacrifício dos cristãos a orar pela salvação do mundo e das almas. São contas de luz e de amor que descem de suas mãos imaculadas, noite e dia a nos convidar para oração.


Oh! Mãe de Deus e mãe nossa roga por todos os teus filhos de Baturité, que sofrem o descaso e o abandono dos poderosos; humilhações no trabalho, nas necessidades da sobrevivência do cotidiano.


Com o teu manto azul da cor do céu cobre-nos e protege-nos das tempestades e das secas que periodicamente assolam nossos caminhos, ó mãe de todos os cristãos.!


Abençoa os que sofrem sem emprego e sem lar, sem alimento e sem direção.


Proteja as criancinhas do mal e da perversidade dos adultos. Dá-lhes mãe adorada o alimento, todos os dias em sua mesa. Dá-lhes escola e casa para morar, saúde e proteção.


Do alto de teu pedestal espalha a tua luz que emana de tua divinal pureza, a todos os moradores da cidade de Baturité, que te elegeram como protetora.


Do alto da colina te avistamos e te rogamos o amor que Deus tanto pregou aos homens no seu evangelho. Que a amizade permaneça entre os irmãos.Que possamos ser mais generosos


Abençoa-nos mãe querida em nome de teu querido Filho Jsus, amém!


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

VERDES SONHOS DA MINHA TERRA



VERDES SONHOS DA MINHA TERRA, BATURITÉ.


Gracinda Calado


UM DIA HEI DE CANTAR TUAS RUAS,


TUAS MATAS, TEUS GROTÕES.


TERRA DOS SONHOS VERDES,


DAS PLAGAS E DOS ARREBÓIS,


MEU TORRÃO ALVISAREIRO,


DAS NOITES FRIAS DE JUNHO;


DOS TEMPOS DE ENCANTAMENTOS,


QUE AINDA VIVEM PRESENTES


NOS NOSSOS PENSAMENTOS.



SAUDADES DAS NOVENAS,


DOS CORETOS E DAS LAPINHAS,


DAS CANTIGAS DE RODAS,


DAS CIRANDAS, CIRANDINHAS.


DAS PROCISSÕES E PASSEIOS


DAS OLAS NA PRACINHA,


DAS FESTAS DE SANTA LUZIA.


DAS ANIMADAS QUERMESSES,


NAS FESTAS DA SANTA DA PALMA.



DOS NAMOROS NO PORTÃO,


EM NOITES DE SÃO JOÃO.


DOS JARDINS BEM FLORIDOS,


DOS BENJAMINS VERDEJANTES,


DOS COLEGIOS E DAS IGREJAS,


DOS BAILES E VESPERAIS,


DOS ANTIGOS CARNAVAIS.


DOS AMIGOS SINCEROS,


NÃO ESQUECEREMOS JAMAIS.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

AS ANDORINHAS




AS ANDORINHAS: Memórias de Baturité.
Gracinda Calado

As andorinhas vivem na torre da igreja. Passam ligeiras como relâmpagos.
No verão elas disputam os lugares, com os morcegos nos telhados.
À tardinha voam ligeiras para os seus ninhos.
Chegam a bandos como se chegassem para a guerra.
Obedecem a um comando de voz, que só elas entendem.

Geralmente se localizam nos lugares mais altos das torres das igrejas.
Ali elas constroem seus ninhos, onde os homens não alcançam.
As andorinhas dormem cedo e pela manhã voam em bando fazendo uma grande algazarra.
Sempre gostei das andorinhas. Elas defendem seus filhinhos contra os predadores.
São vidas cheias de liberdade e alegria!

As andorinhas são lembranças da minha infância,
Do tempo em que eu era feliz.
Voam rápido, sem destino, sem hora,
Vestidas de preto jovens senhoras
Protegem os filhotes nos seus ninhos.

Jamais alguém se manifestou um dia
Criar uma andorinha na gaiola.
Às vezes tenho dúvidas deste pássaro
Se ele é mesmo irracional...
Pois na vida defende-se do mal.

Pássaro negro, rápido, aventureiro,
Viuvinha, feliz é a andorinha,
Não dá bolas, jovem senhora,
Seu canto jamais alguém ouviu
Mesmo assim ela é feliz
Lá no cume da torre da matriz.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O QUE SERÁ DA POBREZA?


O QUE SERÁ DA POBREZA?

Gracinda Calado

Estive em contato com uma pessoa do povo da cidade de Baturité.
Queixava-se ela de muitas dores na coluna e quase não podia trabalhar, pois assim não conseguiria fazer faxina nas casas dos ricos da cidade. Dizia ela.
Falei-lhe de projetos de saúde pública, que ela deveria procurar gratuitamente nos postos de saúde ou nos hospitais conveniados públicos.
Fiquei triste e desencantada em saber que, depois de muito lutar por consultas e remédios a referida pessoa não encontrou solução para o seu caso.
Os hospitais de Baturité estão quase fechando suas portas, sem alimentos, sem remédios, sem condições de atendimento decente e para os que sofrem de qualquer mau.
Onde estão nossos conterrâneos médicos, políticos, cristãos, pessoas de influencias junto às autoridades competentes, que não tomam conhecimento destes casos públicos e de responsabilidade também da sociedade?
O que podemos fazer para amenizar o sofrimento dos que não têm dinheiro para comprar um Tylenol, um comprimido que lhe devolva a dignidade de trabalhar em paz e sustentar sua família? É necessário que se desloquem até a cidade de Capistrano ou Aracoiaba, para serem atendidos pelo serviço público como: consultas, exames, remédios, fisioterapia, etc.
Gostaria de saber por que nas cidades vizinhas tem tudo isso e em Baturité não tem?
Sou eleitora em Baturité e nunca prestei atenção aos novos candidatos, os que não são filhos da terra e não se interessam pelo seu bem estar, o seu progresso, a sua saúde.
Tenho certeza que agora passarei a me interessar por todos os itens que citei.
Esta coluna é um espaço para elogiar, reviver emoções e para criticas e denuncias também. Baturité não merece constrangimentos ao seu povo principalmente sobre saúde pública.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

CADEIRAS A CALÇADA



CADEIRAS NA CALÇADA


MEMÓRIAS DE BATURITÉ



Gracinda Calado



Todas as noites soprava o vento do Cangatí. O calor era grande e na calçada todos se reuniam para tomar uma fresca na hora que o vento passava.


Ali , na calçada pessoas passavam, algumas paravam para trocar um dedo de prosa.


Não havia quem não se aproveitasse daquela situação singular, com suas cadeiras de balanço na mesma hora e local na calçada.


Vizinhos se reuniam para aproveitar o frescor nas largas calçadas da cidade.


Vendedores de picolé, de coxão de noiva,’ tijolim,’ cocada, puxa-puxa, etc.


.Iam e vinham vendendo seus produtos e guloseimas aos freqüentadores das calçadas.


Os assuntos que saíam nas conversas, dependiam dos acontecimentos daquele dia: quem fugiu com quem, quem se casou com quem, fulano se separou, a filha do sr.F está no caritó, o menino do casal R, nasceu, e por ai se desenrolava até meia-noite o “converser.” Às vezes as gargalhadas ecoavam no silencio da quase madrugada, quando a conversa era engraçada.


Quem morreu, quem nasceu, todos os freqüentadores das calçadas sabiam logo, e ao,amanhecer as noticias saíam quentinhas como o pão da padaria mais próxima.


Em meia hora toda a cidade já sabia o que acontecera durante a noite.


Mesmo assim era muito divertida a vida naquela cidade!


Hoje não se pode mais sentar nas calçadas...


Todos se fecham em seus portões e obrigatoriamente vão assistir televisão.


Até quando viveremos assim, prisioneiros, dentro de nossas próprias casas!


sábado, 3 de outubro de 2009

BATURITÉ


BATURITÉ

Gracinda Calado

Cidade que recebe as delícias da natureza, encravada que é ao sopé das serras que formam o maciço do mesmo nome. Também conhecida como serra verdadeira, capital do Maciço de Baturité.
Cidade sesquicentenária onde dormem histórias e pessoas que fizeram parte de sua vida.
Em suas ruas homens e mulheres viveram sonhos embalados pelo frescor de seu clima, pelo cheiro do café, pelo manancial de suas águas.
O seu céu é um manto estrelado azul, como o manto de sua padroeira, nossa Senhora da Palma, festejada com muita fé, no dia 15 de Agosto.
Seus filhos e filhas nasceram no berço da religiosidade onde se ouve sempre os sinos seculares a chamar os fiéis para as orações.
Cidade dos guias espirituais católicos, padres jesuítas que vieram para catequizar os canindés e os genipapos, índios excluídos de seus convívios pelos vendavais de sua história. Padres e irmãs salesianos que trouxeram a cultura e a civilização formal, aliando-se ao seu povo bom e hospitaleiro.
Cidade das flores e dos casarões seculares há mostrar toda hora a história do seu povo, que em todas as ocasiões defendeu politicamente o seu torrão.
Cidade dos bravos plantadores de café, lavradores e desbravadores dos lugares mais íngremes da região serrana.
Cidade de nossos pais e avós, antepassados que fizeram parte, como personagens de sua e nossa história.
Cidade de nossos amores e de nossas lembranças eternas.

sábado, 26 de setembro de 2009

O QUE EU ADORO EM TI, BATURITÉ!



O QUE EU ADORO EM TI, BATURITÉ!


GRACINDA CALADO



O QUE EU ADORO EM TI, SÃO TUAS MONTANHAS , CURVAS COMO CORPO DE MULHER, DELINEANDO O SEU COMPASSO EM UM PASSO AO ESTRANHO VISITANTE, ANGUSTIADO DE TANTO ANDAR E SUBIR LADEIRAS.


O QUE EU ADMIRO EM TI É O TEU VÉU DE AZUL CELESTE COBRINDO AS SERRANIAS EM AGONIA LOUCA DE DESCER AO LÉU.


O QUE APRECIO EM TI, É O TEU JEITO ÀS VEZES DE MOLEQUE ASSUSTADO COM MEDO DO FRIO QUE DESCE DE TUAS FRONTES ORVALHADAS DA NOITE.


O QUE ME ACALMA EM TI SÃO TEUS BRAÇOS FORTES E VERDEJANTES DE MIL CORES E MIL SABORES ENFEITANDO TUA CABEÇA DE FLORES COMO GRINALDAS DE ABRIL.


O QUE ME ORGULHA EM TI SÃO TEUS BRAVOS TRABALHADORES, HOMENS FORTES, CORAJOSOS ,SAIDOS DAS ENTRANHAS DO VENTRE FEBRIL DA VERDE SERRA .


O QUE ME EMOCIONA EM TI SÃO TEUS PICOS MAIS QUE ALTOS, ALTENEIROS, ELEGANTES, DELIRANTES E VIRIS, MAIS FORTES QUE TODOS OS BRASIS.


O QUE ME ACALMA EM TI, SÃO TEUS SANTOS, MAIS QUE SANTOS, SÃO IMAGENS SAGRADAS ,


NOS ALTARES DO NOSSO DEUS.


O QUE ME ALEGRA EM TI É TEU JEITO DE ENTENDER OS FILHOS TEUS, NAS HORAS DE SAUDADES, EDE TRISTEZAS E DE ADEUS!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

COMO ERAM DOCES AQUELES DIAS

Amanhece na minha cidade!

GRACINDA CALADO
O sol parece um espelho de água a refletir suas cores no jardim da praça.
Aos poucos tudo vai se modificando no vai e vem dos estudantes rumo às escolas.
O comercio lentamente abre suas portas e exibe suas mercadorias especiais.
No mercado das frutas os vendedores oferecem ‘tudo de primeira’ qualidade na vista do freguês. Senhoras correm às compras ainda cedo para encontrar o melhor peso de carne para o almoço e verduras fresquinhas para o deleite de sua família.
Na rua alguns oferecem o feijão verde com maxixe e quiabo, milho verde e chuchu da serra.
Nas lavouras os agricultores lavram a terra ainda molhada pelo orvalho da noite, tentam prepará-la para a próxima safra.
Nos engenhos das antigas fazendas ou sítios, a cana ‘de açúcar’ despeja seu doce mel nos caldeirões, fervendo a garapa para a produção de rapadura.
Subindo as ladeiras encontramos pessoas que vão e vêem à procura de algo interessante para fazer enquanto se encontram com amigos e batem um papo gostoso contando as novidades do dia anterior.
A vida calma e pacata do interior nos leva a refletir sobre nosso passado na alegria que vivemos anos atrás levando cada minuto de nossas vidas na tranqüilidade de nossas famílias. Ainda não conhecíamos as ultimas descobertas tecnológicas da comunicação, apenas o rádio e a televisão “preto e branco”, nos ajudavam nas informações e divertimentos da época.
Nos coretos da praça a juventude se deleitava ouvindo a banda tocar seus dobrados e canções de saudades e recordações, conhecidas por nossos pais.
Tudo era maravilhoso, no frio da noite que se espalhava por toda a cidade e nas calçadas onde famílias se reuniam para conversar.
Longe o galo cantava anunciando a hora de dormir.
Como eram doces aquele dias na minha linda cidade de Baturité!

IDENTIDADE ROUBADA



IDENTIDADE ROUBADA


GRACINDA CALADO



VISITEI BATURITÉ DEPOIS DE ALGUNS MESES, OU ANOS QUE EU NÃO BUSCAVA RENOVAR MINHAS ENERGIAS NAQUELE TORRÃO NATAL.


FIQUEI MUITO TRISTE, POIS NÃO IDENTIFIQUEI SEU ROSTO CALMO E PACATO DE OUTROS TEMPOS, ONDE A TRANQUILIDADE REINAVA COM TODA MAJESTADE.


O SANGUE QUE CORRE HOJE EM SUAS VEIAS É UM SANGUE NERVOSO, AGITADO E PERVERSO, QUE CONTAGIA A TODOS NÓS SEUS FILHOS QUE VÃO EM BUSCA DE ALENTO NAQUELAS PLAGAS VERDES DA SERRA.


AS PESSOAS PARECEM TODAS ESTRANHAS À NOSSA MEMÓRIA, OS LUGARES, MONUMENTOS, PRÉDIOS, CASAS ANTIGAS, AVENIDAS, TUDO MUDOU EM IMPRESSÃO DE ABANDONO E DESPREZO DAQUELES QUE SÃO RESPONSÁVEIS PELA MANUTENÇÃO DA CIDADE.


BATURITÉ É UM PATRIMONIO DA CULTURA DO CEARÁ; DE LÁ PESSOAS IMPORTANTES DO DIEITO, DAS LETRAS, DA IGREJA, DA EDUCAÇÃO, DA POLÍTICA, FIZERAM HSTÓRIA NO CENÁRIO DO NOSSO ESTADO HOJE PASSAM DESPERCEBIDAS AO SOPRO DO VENTO DOS SEUS 151 ANOS DE LUTAS E DE VITÓRIAS.


TERRA ABENÇOADA AO PÉ DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, NÃO RESPIRA MAIS O AR FRESCO E NATURAL DA SERRA, SOMENTE A POLUIÇÃO FRENÉTICA DAS MOTOSCICLETAS E DOS CARROS DE PASSEIO. EM SEU TORRÃO A FULIGEM SE ESPALHA POR TODAS AS ESQUINAS TIRANDO-LHE O BRILHO QUE LHE É PECULIAR.


CONSIDERADA O CORAÇÃO DO MACIÇO, VAI DEIXANDO SEU LUGAR DE DESTAQUE A OUTRAS CIDADES CIRCUNVIZINHAS, ENQUANTO SEU CORAÇÃO NÃO PÁRA.


TRISTE É VER NOSSA TERRA ANEMICA QUASE MORTA NA SUA ESSENCIA NATURAL!


OS FILHOS QUE LHE VIRAM EM OUTRAS ÉPOCAS, CHEIA DE VIGOR E CORAGEM, SOFREM COM O DESPREZO DADO A ESTA QUERIDA CIDADE BERÇO DE IMORTAIS E DE ILUSTRES PERSONALIDADES.


SERÁ QUE NAS ESCOLAS OS ALUNOS CONHECEM SUA HISTÓRIA, SEU HINO DE GLÓRIAS, SUAS LUTAS DE UM PASSADO QUASE REMOSTO, SUA CULTURA , SUA MEMÓRIA POLÍTICA?


GOSTARIA COMO TODO BOM FILHO QUE ESTA TERRA FOSSE A MAIS CANTADA, A MAIS LIDA E MAIS QUERIDA DE TODAS AS TERRAS DE NOSSO BRASIL!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

CARTA AO MEU IRMÃO



QUERIDO IRMÃO: SÉRGIO CALADO EM 9/ 9/ 2009.



Dizem que para se ganhar uma batalha é preciso saber recuar, logo voltará com mais força para ganhar a luta.


Na vida também devemos saber recuar, para melhor enfrentar as dificuldades que nos surpreendem a cada dia.


Quando nascemos fomos lançados ao mundo de uma maneira brusca e rápida aos olhos do mundo, depois de nove meses no seio materno. Quando chegamos achamos tudo diferente.


Assim até hoje não temos explicações para tudo que acontece em nossa vida. Atribulações, doenças, tristezas, ingratidões, decepções etc.


Ignoramos a vida desde o seu começo,desconhecemos as pessoas mesmo aquelas que vivem ao nosso lado; convivem conosco, os amigos mais próximos, os parentes, porque a vida é assim...


O que devemos saber é que Deus tem algo preparado pra nós.


Não importa o que seja, sempre é algo bom, mesmo quando as coisas não acontecem como nós queremos.


Aos sessenta anos desbravamos coisas e sabedorias que antes não acreditávamos que pudéssemos conquistar.


Temos uma missão muito importante a cumprir, em vão não foi nossa vinda a esse planeta.


Se quisermos saber é necessário que reflitamos SOBRE os últimos acontecimentos de nossos dias.


Que marcas deixaram em nossa vida?


Quantas pessoas se envolveram nos meus acontecimentos?


Como reagi aos acontecimentos?


Que propósitos fiz para que eles não aconteçam mais?


Dependemos de tudo e de todos, nossa vida é sempre uma dependência efetiva em nossas determinações e em nossos critérios de vida. Mesmo sabendo o que é melhor para cada um de nós.


Dependemos das pessoas que nos são mais caras, que nos amam de verdade, que nos ajudam, mesmo com uma palavra de conforto ou de carinho.


Sessenta anos, é uma vida para ser festejada com amor. O amor que gerou Sérgio Calado, e todos nós, o amor que nos salvará também das tribulações da vida.


Festeja este dia que é só teu. Nossos pais lá do céu estão vibrando de alegria porque hoje é o teu aniversário!


Parabéns meu irmão com o abraço da Gracinda Calado

terça-feira, 8 de setembro de 2009

ENQUANTO O SOL NÃO CHEGA!



ENQUANTO O SOL NÃO CHEGA!


Gracinda Calado


Pessoas transitam pelas ruas e pelos becos, enquanto outros conspiram.


Mulheres perambulam pelas calçadas e esquinas escuras à procura do mísero ganha pão.


Corpos desnudos, rostos pintados, lábios escarlates, peito aberto ao vento, consomem o vício da noite e da morte, pelo prazer do sexo.


Homens maduros, sustentam a miséria da alma e o inferno do coração. Pais de família gastam seus parcos salários na boemia da noite.


Enquanto o sol não vem, nos leitos dos hospitais, doentes gemem suas dores do corpo, na esperança da cura e da salvação.


Nos mosteiros, os homens de Deus prostram os joelhos em oração pela salvação dos pecadores.


No colo de uma mãe aflita, o choro sentido do filho com fome e com sede, aumenta o clamor de seus pais.


São altas horas da madrugada. Bêbados caminham em passos largos à procura de suas casas sem saberem o seu rumo.O risco é de morte e de vida.


Nas casas de shows e de jogos, dezenas de pessoas gastam e perdem seu dinheiro nas mesas de cartas e roletas.


Enquanto o sol não chega, lágrimas rolam de emoção e saudades no coração de um casal apaixonado ao ouvir uma música romântica que vem de longe na madrugada que se finda.


No caminho de volta para casa, abre-se uma tímida claridade e pequenos jatos de luz anunciam que o sol já vem.


A natureza ainda parece morta e triste nos últimos acordes de violão chorão.


O vazio das pessoas estende-se por toda a cidade enquanto o sol não chega para alegrar a vida.


domingo, 6 de setembro de 2009

VAZIO



Vazio


Gracinda Calado



Quando a gente perde alguém , é como se o mundo acabasse.


O sol fica mais brando, o céu fica sem cor, o luar não tem mais luz.


Quando a gente fica só até o sol perde a beleza de existir,


A natureza se despede de tudo, fica sem alma e sem razão de luzir.



Quando alguém se vai para sempre é como se o chão perdesse a força,


Como se o céu desabasse em nossas cabeças e o ar faltasse .


Quando estamos sós, não há momento igual em melancolia e dor.


O vento sopra devagar, a luz é irmã da sombra, e do vazio.



Onde andarão minhas lágrimas que deixaram de escorrer,


Onde estará meu coração que não bate mais em tom maior,


Onde se perdeu o meu sorriso de alegria e prazer.


Por que não tenho mais vontade de amar e de viver?

sábado, 5 de setembro de 2009

A CASA DA MINHA INFANCIA




A CASA DA MINHA INFANCIA

(Gracinda Calado)

Minha casa acolhedora amiga,
Foste sacrário santo da verdade
Refúgio de uma lembrança antiga
Retrato vivo de uma cruel saudade!

Casa velha amiga da primeira dor
Primeiro amor da minha juventude,
Espelho da minha alma adormecida
Dormem contigo recordações de amor!

Suas paredes fortes e seguras
Seguram o tempo com suas histórias,
Guardam segredos da felicidade
Contam vantagens, lutas e vitórias!

Inda que se rompam tuas paredes,
Teu chão eu sempre hei de amar,
Lembro meu quarto, meu canto da rede,
Meus pais, meu teto querido, meu lar!

Conta pra mim mais uma história,
Sob o teu teto já não tenho medo,
Foram-se as bruxas, os contos de fadas,
A vida me revelou todo o seu segredo! Baturité - Ceará

sábado, 29 de agosto de 2009

MEMÓRIA DO FUTEBOL DE BATURITÉ




Encontrei através de uma amiga uma foto da seleção de futebol de Baturité, campeã de 1963.


Passo para meus internautas o que há de mais precioso de nossa terra.


A foto está desgastada pelo tempo, mesmo assim mesmo identificamos seus componente:
Treinador: Carlos Simões.
ELMADAN, MARCELO VICTOR, ZEZÉ, DINHO,ULISSES,MILTINHO, INDIO, ACARAPE, ACARAPINHO,WILSON, MORAIS, RAIMUNDINHO, CESAR, SABARÁ, CLAUDIO VICTOR, ORLANDO.

sábado, 22 de agosto de 2009

SARAUS DE BATURITÉ ANTIGA


SARAUS DE BATURITÉ ANTIGA
Gracinda Calado

Ainda ouço os sons dos saraus, que nas tardinhas frias de junho saiam dos casarões bem próximos a nossa casa.
As vozes eram tão lindas, límpidas e melodiosas, cheias de romantismo, de saudades e recordações.
Os plangentes violões e os bandolins choravam sem temor, sem medo de dasafinar, e tocavam suas cordas e o coração da gente.
Tocavam horas inteiras deleitando nossa alma, nos trazendo paz e boas recordações.
Quantas vozes se apresentaram, quantos sons foram extraídos daqueles instrumentos, quantos corações foram tocados pelas belíssimas canções, quantas lágrimas rolaram em nosso rosto de adolescentes que acreditavam no amor e na emoção.
A música nos remetia aos céus e nos enlevava a Deus!
Muitas vezes era como os sons dos anjos que subiam naquelas montanhas verdes rumo ao céus serpenteando os montes solitários e frios de junho.
Quantas saudades daqueles serões que chovam seus bandolins e cavaquins nas melodias tristes dos antigos compositores e traziam recordações aos nossos pais e nos preparavam para apreciar a boa música!
Chora meu coração ao lembrar aquelas melodias que eram saídas do fundo da alma de seus tocadores e dos seus apresentadores naquelas tardes frias na hora do terço na matriz, da minha Baturité, confundiam-se com os sons dos sinos da igreja de Nossa Senhora da Palma.
Os sons dos choros e dos chorinhos ficaram gravados em nossa memória e em nossos corações para sempre!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

GOSTO DE FRUTA MADURA

GOSTO DE FRUTA MADURA

GRACINDA CALADO

Baturité, cidade que vive as intempéries do sol da chuva e do vento; do frio e do calor, mesmo assim é uma cidade que,

Possui um clima sadio e gostoso durante as quatro estações do ano.

Em suas encostas se desfraldam grandes plantações de cana, café, bananas, árvores nativas e grande variedade de flores tropicais.

Há muitos anos uma cultura predominou na cidade, que até hoje ainda se encontra em alguns pomares para nosso exigente paladar.

São as uvas que durante a safra cobrem todos os parreirais de belos cachos e saborosas frutas.

São uvas pretas, que se costumava vender na estação de trem aos passageiros que viajavam rumo ao Crato ou a outras cidades da região centro sul.

Conhecida até no exterior como produtora de café e cana de açúcar, ostenta a verdade de produzir um café de boa qualidade e cana das mais saborosas colheitas.

Nas profundas fazendas da serra, nos recantos mais íngremes encontramos o cipó que serve de sobrevivência a muitas famílias baturiteenses.

Dele se faz cestos e balaios usados nas colheitas de grãos de café e de outros produtos de roçados e também de frutas da região do maciço, como laranjas, tangerinas, maracujás e grandes colheitas de legumes e hortaliças.

PRECISAMOS DIZER DAS BELEZAS E DAS CULTURAS DE NOSSA CIDADE, POIS VIVEMOS, USAMOS E NÃO VALORIZAMOS O QUE TEMOS DIANTE DOS NOSSOS OLHOS.

Nos dias de sábado nas feiras, encontramos uma variedade muito grande de produtos da região que abastecem a nossa cidade e outras cidades vizinhas.

Os produtos também são exportados para Fortaleza e adjacências. São frutas e verduras. Legumes de boa qualidade e procedência saudável sem agrotóxicos .

sábado, 8 de agosto de 2009

NO CORAÇÃO DO MACIÇO DE BATURITÉ






NO CORAÇÃO DO MACIÇO DE BATURITÉ



(UMA HOMENAGEM A MINHA SOBRINHA LOURDINHA)



GRACINDA CALADO



Subindo a serra de Baturité rumo a Guaramiranga o clima vai amenizando o calor e uma brisa gostosa nos envolve fazendo-nos sentir um abraço carinhoso da natureza.



Enquanto caminhamos em caracóis pelos caminhos, a vista deslumbrante da serra em cordilheiras nos presenteia com um belíssimo espetáculo.



Árvores gigantescas seculares que envolvem seus galhos em outras árvores como abraço, árvores que derramam seus ramos como chorões caídos fazendo cortinas verdes, árvores que se enfeitam de flores roxas e amarelas como os ypês, árvores que se diferenciam das outras árvores como os bambus que se fecham em moitas grins.



Descendo as ladeiras avistamos o cafezal em flor parece um tapete vermelho coberto de cerração em tempo de inverno.



Na serra temos a impressão que estamos pertinho do céu, até podemos sentir o cheiro de Deus nas gotas de orvalho da noite passada nas manhãs frias.



Descendo os grotões rumo aos sítios e fazendas avistamos maravilhosos canaviais que serpenteiam as margens dos rios que descem refrescando ainda mais a região.



Mais à frente o bananeiral exuberante se apresenta encantando mais ainda nossos olhos.



Nas estradas de terra batida e nos atalhos de caminhos encontramos comboios de vendedores de frutas que vão à feira de Baturité vender ou trocar seus produtos.



Pés descalços, roupas cobertas de nódoas dos pomares encharcados de leite que escorre das frutas fazendo manchar suas roupas e eles nem se dão conta de tudo isso.



A casa da fazenda ou do sitio está lá no coração da serra testemunha de tanta beleza e de tanta natureza gratuita. Foi lá que Lourdinha nasceu!



Sitio São Francisco! Lugar privilegiado por Deus e pela a natureza!



Onde corre o riacho mais límpido e mais puro que eu já vi em toda a minha vida.



Parabéns Lourdinha Mesquita pelo lugar lindo que é só seu e pelo seu aniversário natalício!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

HOMENAGEM A MEU PAI FARAÓ CALADO






HOMENAGM AO MEU PAI FARAÓ CALADO



GRACINDA CALADO






Em 1941 ELE chegou a Baturité, precisamente no dia 2 de Janeiro.



Para lá fora convocado para desempenhar a função de delegado da junta de alistamento militar.



Viajaram de trem, ele, sua companheira e os filhos do primeiro casamento.



A máquina que carinhosamente chamavam de “Maria fumaça’ arrastava-se pelas curvas em caracóis da serra de Itapaí,



Deixava todos deslumbrados.



O verde dos montes em degradê prenunciava uma visão monumental da região a desbravar.



Meu pai chegou a Baturité e teve uma acolhida hospitaleira principalmente do povo e das autoridades do lugar.



Encantado pelo clima, o perfume das flores, o verde das serranias, o cheiro da fruta do café maduro, o gosto da água,



foi logo se apaixonando por tudo da cidade.



Amor á primeira vista! Amou tanto aquela cidade que se dizia baturiteense de coração.



Fez muitas amizades e de lá vieram ao mundo seus nove filhos.



Sua casa ficava às margens do rio Paco ti, antiga chácara de Luiz Punciono de Oliveira.



O lugar era agradável e muito tranqüilo, rodeado de jardins e um lindo pomar.



Era uma casa grande antiga, mas aconchegante.



Em volta da casa muitas trepadeiras e perfumosos jasmins.



As acácias contornavam o lugar. O jardim era cuidado com muito zelo por minha mãe.



Á noite exalava um suave odor de rosas e bugaris.



Papai traçou sua vida estruturada na vergonha e na honestidade.



Homem puro, enérgico e seguro em suas decisões. Cheio de amor pelos seus, amigo de todas as horas.



Fiel às suas amizades não as decepcionava.



Percorreu palma a palmo sua trajetória, aquela que havia traçado em tempo de vida militar, cuja farda respeitava e honrava.



Em Baturité assumiu o dever de defender a pátria e orientar os jovens no serviço militar e na vida cotidiana.



Amou a vida e amou a própria morte, pois a recebeu com muita coragem e firmeza.



Receba meu pai querido a homenagem de sua filha que não lhe esquece e que ainda lhe ama muito.



No dia dos pais, todo o meu carinho e as minhas saudades!