DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

domingo, 29 de agosto de 2010

Brisas do Universo



BRISAS DO UNIVERSO


Gracinda Calado



Seja luz, que espalha sua cor prateada ou dourada no universo todo.


Enquanto ela brilha outros corpos vão se iluminando e a luz segue seu curso de iluminar a vida.



Seja água cristalina transparente,


Que mata a sede de quem anda pelos desertos áridos das paixões.



Seja estrela, que orienta os caminhos dos que estão perdidos nas trevas do pecado.


Enquanto ela brilha a sua luz é como bússola divina.



Seja chuva da madrugada, que traz alívio aos corações angustiados, alívio também para a terra seca castigada pelo calor dos corpos.



Seja árvore que dá frutos, sacia a fome dos que têm fome de amor e de perdão.



Seja sol, que cobre todo universo, devolvendo-lhe vida e energia. Sol que traz esperança aos condenados à escuridão do ódio, do egoísmo e da vaidade.



Seja flor, que nasce e enfeita, perfuma e alimenta as abelhas com seu pólem, sem cobrar o que lhes deu.



Seja caminho certo e seguro, como os caminhos dos caminheiros do deserto que viajam sem medo de errar o rumo.



Seja Ponte, que une dois mundos, que transforma em única passagem para o bem ou para o mal.Sejamos ponte nesse universo vasto e cruel, de violência e de desespero dos fracos.



Seja fonte, onde possamos beber a água pura da verdade, ou onde possamos encontrar a origem de um grande rio até desembocar no mar.



Seja luar, a mais perfeita obra da criação, de onde vem inspiração, de onde vem vontade de viver e iluminar.



Seja você, a mais rica de todas as criaturas, que veio do pó e ao pó voltará um dia e seu espírito voltará glorioso para além dos céus, ao encontro do Criador.



Seja forte, e será feita a realização dos seus desejos e as descobertas dos mistérios do corpo e da alma. Se a sua fé for segura, inabalável, naquele que lhe deu a vida, Deus Nosso Senhor, será vitoriosa na convicção que lhe levará para os caminhos do céu!

sábado, 21 de agosto de 2010

FOLHAS AO VENTO






FOLHAS AO VENTO



(Gracinda Calado)





A vida é como um sonho, às vezes bom, às vezes pesadelos.



À noite eles entram em nossa casa e não pedem licença.



Vão chegando, vão entrando tomando posse,



Nossos passos são lentos, nossos braços não se movem,



Nosso peito se enche de sensações estranhas,



Às vezes sentimos dor, agonia, alegria ou solidão.





Em nosso livro, fazemos histórias.



Histórias da infância e de primaveras,



De reis e de bruxas de sereias e rainhas.



Flores e borboletas, padres e coroinhas.



Sonhos de adulto, com lágrimas ou vitórias.





Todos os dias viramos uma página, não as lemos.



Deixamos para trás os momentos perdidos,



Os que nos são caros, que marcaram nossa história.



Inventamos coisas, inventamos tempos vividos.



E o tempo passa e se vai como páginas



Ao vento levando nossa história.





O que fazer com a página em branco do nosso livro?



Deus quem nos fez e nos inventou assim,



Com páginas em branco em nossas vidas,



Não queremos registrar os tais momentos



Que nos fizeram sofrer na nossa história!



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

AS CHEIAS






COISAS DA MINHA TERRA



(As cheias)





Gracinda Calado





Quem conhece Baturité sabe que fica ao pé da serra do mesmo nome, é a capital do Maciço. Seus limites fundem-se com as serras que se elevam entre Guaramiranga e Pacoty.



Na época invernosa Baturité recebe as águas que descem do rio Pacoty fazendo uma verdadeira ilha quando se encontra com o rio Aracoiaba.





Transparentes cascatas descem da serra numa agonia louca como se tivessem pressa para chegar ao mar. As cachoeiras que se formam no seu percurso são dádivas preciosas da natureza. Os poços e piscinas naturais que se perdem pelo caminho do rio ficam quase escondidos no meio das matas como se fossem noivas virgens esperando o noivo. São intocáveis! Grandes são as quedas d’águas desafiando a altura e as grandes pedras que se encontram no percurso do rio. A maior parte do leito do rio é acidentada com partes altas e baixas, na maioria cheia de pedras. O ronco destas águas é tão grande no inverno que chega assustar aos que não conhecem esses rios.





Em certo trecho do rio Pacoty, no coração da cidade de Baturité acontece um fenômeno muito perigoso, principalmente no trecho que fica entre o sítio Olho d’água dos padres jesuítas e a ponte Putiú no bairro do mesmo nome.



Grandes cheias chamadas “cabeça d’água” têm acontecido, pegam as pessoas desprevenidas chegam até a arrastá-las para bem longe. O perigo é quando o rio começa a descer carregando grandes troncos de árvores e muitos galhos, sinal que “a cabeça d’água” vai acontecer. Muitas vezes os troncos e galhos ficam presos nas pontes e pontilhões; destroem cercas e muros em lugares mais próximos ao rio.





No sítio chamado “pedrinhas” o rio alarga parece que vai engolir as plantações. No bairro “Lages” o prejuízo é maior. O pontilhão fica coberto completamente intransitável. As águas descem com muita força como uma enorme “tsunami.” A passagem dos habitantes do bairro é feita por outro caminho mais longo para chegar ao centro da cidade. O paradoxo é a beleza do rio quando ronca levando tudo pela frente, desenfreado e volumoso parece um grande dragão devorando tudo. Testemunha fui de tudo que estou dizendo, pois quando garota vi muitas vezes esses fenômenos de extraordinária beleza. O mais interessante que depois de alguns dias a garotada já está lá tomando banho, nas mesmas águas que tão ferozmente enfrentaram a força do rio.



Coisas da minha terra!





(Os nomes dos rios, não tenho muita certeza se são os que mencionei, quem souber com certeza favor me comunicar no email: gracindacalado@gmail.com)



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

CANTARES



CANTARES.


Gracinda Calado



Os cantares eram alegres alvissareiros.


Ao cair da tarde era romântico ver as andorinhas procurando os ninhos na torre para aquecer seus filhotes.


Como eram lindos os pintassilgos nos gorjeios matinais despertando os corações juvenis.


As rolinhas pulavam na grama verde à procura de sementes maduras.


No ar um gostoso mistério da natureza impulsionava as aves do quintal com seus cocoricós, avisando que puseram ovos fresquinhos e mais tarde se transformariam em lindos pintinhos, enfeitavam a paisagem sertaneja.


Momentos de grande beleza era a vida ao ar livre rodeada de encantos e de flores às margens dos caminhos por onde passavam os apreciadores da natureza.


Quando a chuva fina chegava, era como um banho que lavava a alma, com a água pura, transparente, que escorria nos corpos, tirando todas as impurezas da carne.


De repente o sol aparecia e mais luz e sinfonia de cores se manifestavam em toda a natureza inflada de beleza.


O cheiro de frutas no ar refrescava a paisagem que se apresentava gloriosa!


Flores, mil flores, desfilavam aos olhos admirados pela variedade de cores e de perfumes que tinham os roseirais.


Nos ninhos, pequenas cabeças se ‘buliam’, renascendo entre gravetos os futuros pássaros que mais tarde inquietariam os amantes do silêncio.


Os cantares da natureza, são como ecos em nossa alma, que nos acompanham em toda a nossa existência e se juntam a outros cantares que durante toda a nossa vida fizeram parte de nós e fizeram nossa história.