Hoje o dia amanheceu chovendo, mas uma chuva silenciosa, sem trovões nem relâmpagos. A vontade mesmo é ficar debaixo das cobertas, ou tomar um bom café, torrado com rapadura e pilado no pilão de pedra, como faziam as moradoras dos sítios da minha terra.
Algumas pessoas se afoitam numa dose de aguardente da serra, para esquentar o sangue e amenizar o frio.
Saudade da brincadeira nas corredeiras do rio com a criançada enfrentando as águas revoltas no pontilhão.
A terra molhada, as plantações de milho e feijão, o cheiro do umbu-cajá, da siriguela, das mangas rosas perfumadas, das cajaranas, dos pés de jasmins cheinhos de flores brancas onde exalavam o mais exótico perfume!
A chuva continua caindo, parece que cai no meu coração, cada pingo é uma saudade! A ladeira escorregadia, sem calçamento, nos revolve ao passado ingênuo e puro do interior, marcado pela simplicidade e as calmarias dos dias de chuva fina. Os pássaros como outrora, estão mudos, com frio, as flores e folhas encharcadas de água da chuva, tudo é tão calmo que se ouve até as batidas do coração.
Chuva que cai na rua, cai na alma da gente trazendo saudades, levando tristeza e melancolia!
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