RETRATO ADVERSO
Gracinda Calado
Às vezes no retrato sou uma bela flor,
Outras vezes uma agitada borboleta,
Outras, uma rosa rubra, orvalhada de amor!
Muitas vezes reflito no espelho meu retrato,
Outras vezes não conheço minhas faces,
Algumas vezes sou lágrimas da noite escura,
Sou versos e reversos, canção e solidão!
Sou o que sou frente ao espelho refletida em retrato,
Quando risco e rabisco, ou pinto e bordo sem nexo,
Sou luz, sou música ou raio de luar, sou mar de ternura;
Sou janela aberta pra o infinito, para a vida e para a sorte!.
Meu retrato é adverso ao tempo, ao meu coração.
Nas notas musicais ele terce melodias espaciais;
Ele é o ontem, é o hoje e nunca será o depois,
É a imagem da minha alma, é o retrato de uma mulher!
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