DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

JARDINS ANTIGOS DE BATURITÉ

JARDINS ANTIGOS DE BAURITÉ

Gracinda Calado

Ainda me lembro dos belos jardins da minha cidade.

O perfume contagiava a praça.

Na entrada um arco de flores desabrochava nos ares,

Enfeitando e animando tudo ao seu redor.

A luz da primavera transformava-se em magia e perfume que embalsamava os ares.

As brisas da serra varriam as árvores silenciosamente atentas aos ecos das serranias.

Em cada canto da praça enormes benjamins esculpidos em formas de animais,

estrelas, avião, e outros, adornavam aquele recanto da cidade.

Verdadeiras obras de arte envaideciam os filhos da terra e encantavam os visitantes.

Os jardins foram planejados em formas geométricas obedecendo à geografia do lugar.

Ao redor do jardim casarões seculares desfilavam garbosamente dando mais beleza ao ambiente.

Em um dos lados do jardim um bosque, onde flores e trepadeiras explodiam em verdes e coloridos

sobre o caramanchão, iluminado com o clarão da lua.

Nas noites de luar era propício aos namorados fazerem suas juras de amor debaixo do caramanchão nos bancos da praça.

Pela manhã o sol e os pássaros vinham beijar as flores que se multiplicavam em cores entre as margaridas e as avencas.

No centro da praça um coreto, que nas noites de primavera recebia a banda da prefeitura

magnificamente sob a batuta do mestre Permínio para alegrar e enlevar os freqüentadores do lugar

com suas valsas e canções de amores.

A banda abrilhantava e deleitava a todos enquanto a lua derramava seus raios de prata sobre toda a cidade.

Baturité viveu o auge de seu tempo, e a sociedade os prazeres naturais do seu clima ameno

que favorecia tanta beleza aos nossos olhos espalhada por toda a cidade.

Os grandes saraus poéticos aconteciam nas casas de amigos ou dos intelectuais e músicos da cidade.

As noites eram plácidas e frias no mês de Junho enquanto se aproveitavam as férias escolares.

Quantas saudades do perfume das ‘angélicas, das borboletas, das estrelas, dos jasmins, das rosas meninas, dos bugaris’

Que embriagavam o ar e nossos corações naquelas noites estreladas.

Um comentário:

Nogueira disse...

Gracinda,gosto muito de ler o seu blog porque relembra coisas belíssimas da nossa Baturité. É muito gostoso saber que existe alguém que não esquece aquele tempo áureo das belezas de nossa cidade.Relembrar a beleza daqueles jardins é viver novamente boa parte da minha infância. Infelizmente, tudo mudou: não há mais belos jardins,retretas,e o povo antigo - na sua grandiosa maioria - mudou de endereço.Muitos estão com Deus;poucos,em outras cidades.Isso prova que o HOMEM falou sério e pra valer:TUDO PASSA SOBRE A TERRA, SÓ MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO.
NOGUEIRA (Irmão da Beatriz Arruda)