DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

terça-feira, 10 de junho de 2014

VEREDAS DA SERRA

(Gracinda Calado)

Quem vai a Baturité subindo a serra, depara-se com uma vista maravilhosa!
O desfiladeiro das montanhas se estende formando uma cadeia de verde de todas as tonalidades.
O caracol das estradas oportuniza a gente deslumbrar os caminhos que passamos além das belezas tropicais entre os frutos e as flores que enfeitam as estradas.
Quanto mais subimos a serra mais vistas espetaculares se descortinam em nossa frente.
Aqui e acolá quedas de águas transparentes saltam aos nossos olhos como véus de noivas.  Continuando a subir a serra, encontramos vendedores de frutas nas estradas vendendo seus produtos: siriguelas, sapotis, cajaranas, cajás, mangas, laranjas, tangerinas, bananas, jacas, enfim uma variedade enorme de frutas.
Várias mansões aparecem como também clubes e hotéis de veraneios.
O ponto alto é Remanso hotel de serra, a pousada das flores e outras.
Algumas pousadas se instalam no meio da serra, em lugares de difícil acesso, em contato permanente com a natureza, lá se pratica ‘trilhas’ e a mata é muito fechada.
Encontramos sítios e canaviais que fabricam aguardente e outras bebidas.
Na região dos canaviais encontramos engenhos onde se fabrica rapadura, alfenim e melaço.   Dizem que agora já exportam esses produtos para vários países, com sabores e essências de frutas.
Às margens das estradas, dezenas de restaurantes oferecem os mais saborosos pratos da região, frutas e verduras fresquinhas ao mais exigente paladar dos fregueses, enquanto saboreiam os mais deliciosos vinhos e aproveitam o ar puro e o clima de 17 graus.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

FRAGMENTOS

(Gracinda Calado)

O coração é partido pela separação, enquanto o sangue escorre, fragmenta-se a alma pequenina!
Os sonhos são pesadelos no universo do cérebro confuso, repartidos em momentos. Depois voltam, são jogados ao vento, voam no ar perdidos em fragmentos.

No peito o pulsar febril da alma ardente, queima na chama de um amor mal resolvido.
Encontros de outrora, desencontros de agora, passam perdidos numa noite intensa...
Primaveras de ilusões e de paixões, loucuras, desafios, sonhos de um amor, perdidos no oásis da solidão.

Fragmentos de nós dois, de uma vida que se foi, de outra que ficou na saudade que será eterna de uma linda história de amor que mal começou!
Sigo meu destino, juntando os meus fragmentos, meus pedaços e sofrimentos, cada saudade é uma história.

Cada momento é uma vitória! Em cada canto uma saudade em cada olhar uma lembrança.
No leito das ilusões, nos braços da solidão, cada pedaço representa a vida que ficou pra trás, eu junto os cacos e os farrapos e recomeço uma nova  vida, uma nova história!

segunda-feira, 2 de junho de 2014

A CASA DA MINHA INFÂNCIA


Gracinda  Calado

Olhando o seu retrato, volto a pensar os dias felizes que junto a ela passei. Seus arvoredos me falavam  de natureza madura, pura , singela, que falava aos passarinhos, e se entregava toda inteira aos pardais. Vejo seu telhado antigo, desbotado do tempo e dos ventos, inspiravam tranqüilidade e segurança.
Pela manhã no jardim,  rosas se abriam como sorrisos de alegria, enquanto os beija-flores ansiosos chegavam para sugar o mel  em competição com as abelhas. A força do colibri parado no ar me causava admiração, e as abelhas zumbindo em forma de círculos me deixavam tonta.
Quando olho sua fachada antiga, lembro-me dos casarões da minha cidade, e as ruas enfeitadas de benjamins, suas avenidas ajardinadas e as ladeiras que eu não me cansava de subir e descer, ora para ir ao colégio, ora para ir à Igreja, ou passear na cidade!
Os jacarés que derramavam água como animais de bocas abertas, encravados na fachada da frente, eram divertimentos nos dias de chuva, onde a criançada disputava um lugar debaixo de cada boca de jacaré para sentir o gosto da chuva caindo em suas cabeças.
Parece que estou ouvindo as palavras de minha mãe chamando para trocar de roupa, ou escovar os dentes, fazer os deveres de casa, sentar à mesa que já era hora de almoço ou jantar. Meu pai gostava de cortar canas e descascá-las para nós, parecia uma festa, ainda ouço o ranger dos dentes de cada um sugando o mel da garapa da caiana.
Na sobremesa era indispensável as frutas do sitio: cajaranas, mangas, bananas, sapotis, atas e muitas outras de época.Felizmente soubemos aproveitar todas as qualidades de vida que a natureza nos presenteou em nossa convivência naquela chácara.
Falei das flores e dos frutos, não podia deixar de falar dos caramanchões que cercavam as laterais da nossa casa. Brincávamos debaixo deles como se fosse o nosso paraíso! Tinha acácias vermelhas, trepadeiras amarelas e  florzinhas lilases mas não me lembro  o nome.

Casa velha, que ainda recordo o meu sono na rede, armada no alpendre do lado. Nela sonhei com pardais, com coqueirais, com o mar, com as praias lindas do meu Ceará e hoje estou aqui vendo o mar e com vontade de voltar para a minha casa antiga na minha linda cidade de Baturité!