DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

MISTÉRIOS AO LUAR

GRACINDA CALADO

Quando a noite chegava, ao longe a lua sem pretensão, deixava o céu iluminado, enquanto dezenas de estrelas passeavam no infinito céu.
O perfume das flores se espalhava no ar e o jardim todo se enfeitava de cores saboreando o som do vento que chegava devagarzinho acariciando as pétalas das flores.
Naquele banco da praça, ficávamos calados apreciando o luar e ouvindo a música que tocava em algum lugar e chegava até nós.
De repente ele sorriu, levantou-se, roubou uma linda rosa e me deu como prova de nosso amor. Recebi, senti o perfume doce da flor e nunca mais esqueci o lindo gesto de amor!
Aquela rosa foi guardada por muitos anos, desbotou perdeu a cor, e seu perfume tristemente acabou.
Hoje nem a rosa nem o nosso amor!
O que me resta são as lembranças cravadas no canto mais profundo do meu coração, e o perfume que ficou espalhado no tempo e no espaço da praça em que fazíamos juras de amor!
A lua que brilhava no céu perdeu o brilho, e as estrelas levaram com elas aquele que em toda a minha vida eu amei!

OS GIRASSÓIS

Gracinda Calado


A grande sabedoria de Deus está na natureza, aos nossos olhos.
Numa flor que nasce e cresce, no fruto que amadurece,
No sol que todos os dias derrama sua luz fecunda sobre a terra;
À tardinha se esconde e morre.
Quem já viu um girassol esteve frente a frente com uma das mais perfeitas criações da natureza.
Sua beleza inconfundível abre-se como um chapéu na direção do sol, reverenciando a luz que emana de sua grandeza.
À noite fecha-se para dormir enquanto as estrelas dormem e o sol não vem.
Nas primeiras horas da manhã, inclina-se a majestosa flor para receber os primeiros raios solares e vivificar sua corola amarela, brilhante, majestosa, elegante e cheia de charme.
O girassol é uma dádiva do céu!
Mistério da natureza sem igual.
O girassol acompanha a luz solar, além de se abrir para as abelhas sugarem o mel e os jardins enfeitar!
Quando o sol se esconde, o girassol fica triste e morre pra nascer no outro dia ao amanhecer, acompanhando o ritual do sol. Que lindo é o girassol!



sábado, 25 de fevereiro de 2012

FIM DE TARDE

Gracinda Calado
Fim de tarde no horizonte,
O sol despede-se do dia,
Cobrindo todos os montes.
O mar cintila como prata
Como contos de sereias,
Invadindo toda a areia!


Últimos raios quase mortos,
Cobrem toda a serrania,
Na hora triste da Ave-Maria.
No fundo azul do mar
Ondas brincam num balé,
Parecem que vão voar!


Fim de tarde na minha alma,
O céu cobre-se de vermelho,
O mar parece um grande espelho.
Lágrimas rolam no meu rosto,
De saudade e de incerteza,
Enchem meu peito de tristeza!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

SOLIDÃO DO INVERNO

Gracinda Calado

Do fundo do baú fui buscar as lembranças da minha infância, na cidade de Baturité no recôncavo do Maciço, onde o verde é mais verde que em todos os lugares.
Quando era dia de chuva saíamos a tomar banho nas adoráveis biqueiras e ‘jacarés’, deslizar pelas gramas do jardim, pegar frutas no pé e correr nas alamedas do sitio.
A chuva não nos dava trégua e aproveitávamos para nos deixar molhar e ensopar pelas águas doces das chuvas cristalinas até cansar!
Meus irmãos, Tito, João, Miguel e Cesar, comandavam um batalhão de amigos e combinavam pescaria no rio que passava ao fundo do sitio, entre árvores frutíferas e raízes que se mostravam nas margens descobertas. A pescaria demorava entre brincadeiras e mergulhos, pulos e cambalhotas!
O tempo passou e as brincadeiras foram tomando ar de cuidados e quando as chuvas chegavam ficávamos em casa olhando pelas janelas e contando o tempo para que ela passasse. Enquanto isso não acontecia, fazíamos os deveres de casa, inventávamos outras brincadeiras até a chuva passar.
Tudo era brincadeira, na infância, porém na adolescência os garotos gostavam de jogar futebol, formavam times e arrastavam muitos amigos e conhecidos para o enfrentamento das partidas.
A tarefa das mulheres era a torcida!
Hoje quando sinto o dia frio e a chuva caindo, meu coração fica quieto, fico calada, lembrando-me dos meus irmãos correndo, brincando, gritando, criando brincadeiras, parece que distingo a voz de cada um.
Sinto saudades deles, de suas peraltices, dos carões de meu pai chamando todos para dentro de casa enquanto a chuva ainda caia lá fora!
Nos córregos e coxias das calçadas a água se escoava em grande volume e nós brincávamos de sapato e meias andando sobre as águas naquela farra toda sem preocupação de adoecer.
Lembro-me que os dias eram cinzentos e nós nem notávamos. O cheiro da chuva estava impregnado em nosso olfato, e o gosto da água em nossa boca, enquanto isso o corpo todo molhado nem sentíamos o frio da temperatura baixa.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

QUARTA FEIRA DE CINZAS


(Gracinda Calado)

E lá ficou meu coração
Nos salões da minha vida!
Lá ficou meu olhar de jovem
Intenso, bonito, juvenil.
O cheiro de lança perfume no ar,
Os salões cheios de serpentinas,
Confetes, lantejoulas, purpurinas,
Um coração feliz na noite de carnaval.
A madrugada chega de mansinho
E os apaixonados bem juntinhos,
Abraçam-se cheios de mistérios;
A noite leva com ela toda a alegria...
O folião sonhando acorda na rua,
Não vê que a noite se foi e o sol saiu.
A quarta-feira malvada,ingrata,
Arrasa corações, arrasta solidões.
Quarta que chega recolhendo restos
De nós dois, de foliões, de ilusões...
Quarta das saudades e dos cacos,
Dos sonhos das manhãs de fevereiro.
Na rua alguém chora a noite que sumiu
Ligeira, quente abrasadora, mágica,
Sensual, fagueira; chora o amor que partiu,
E agora até outro carnaval, adeus!



CARNAVAL


Gracinda Calado
Na imensidão das folias, os sonhos são despejados
Invadidos pelos foliões no meio da multidão!
Sem preconceitos, nem conceitos, os corações se despedaçam,
Se estilhaçam no calor das emoções!
Tal qual borboletas multicores se esvoaçam nos ares,
Os amores e as dores não dão espaços aos clamores, só alegrias se dão!
As lágrimas são de alegrias, sonhos, fantasias nas máscaras e melodias,
Rastros pelos salões, em plena ebulição!
Carnaval, festa da carne e do pecado, do prazer de viver emoção!
Grande espera para em um só dia de folia extravasar o coração!
Somente na quarta- feira os sonhos se desfazem pelo chão!
17/2/2012

eM oFF/      GOSTARIA DE APROVEITAR O ENSEJO PARA PARABENIZAR OS FOLIÕES DA MINHA QUERIDA BATURITÉ, QUE NA SIMPLICIDADE DE SUA ALEGRIA BRINCAVAM E SE DIVERTIAM  NOS CARNAVAIS DO PASSADO NOS CLUBES DA CIDADE E QUE AINDA HOJE RELEMBRAM AQUELES DIAS DE MUITAS ALEGRIAS E DE SAUDADES!
OS CARNAVAIS DE HOJE SÃO DIFERENTES!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

DEBAIXO DE TUAS MANGUEIRAS...

Gracinda Calado

Aos domingos,todos nós íamos passear no sitio.
O rio Pacoti lavava suas terras e as deixavam férteis.
Nosso passeio começava na invasão das fruteiras que desafiavam nossa curiosidade.
As goiabeiras carregadinhas de frutos e de flores deixavam um perfume no ar.
As siriguelas vermelhas eram convites à loucura e ao exagero das gulodices. Enfrentávamos aqueles manjares dos deuses logo de manhã, bem o sol não havia ainda esquentado a terra.
Aquele chão abençoado era mágico, para onde se olhava era um convite à sedução.
Debaixo das mangueiras fazíamos projetos e contávamos histórias mirabolantes, que só nós ainda adolescentes acreditávamos.
Aos poucos o som de algumas mangas que caiam no chão nos despertava da emoção de um bom enredo de nossas histórias. Corríamos todos para pegar aquelas frutas doces caídas do pé.
Às vezes deixávamos nos levar pelo fascínio do ambiente e deitávamos debaixo das frondosas árvores usufruindo de suas sombras.
Sonhávamos com coisas encantadas, lugares mágicos e indescritíveis, ao mesmo tempo em que nos deixávamos levar pelas nossas emoções e chorávamos quando alguém vinha em nossa direção para nos levar de volta para casa.
Sofríamos na despedida daquelas mangueiras frondosas encantadas para todos nós.
O dia era uma primavera em flor em nossos corações juvenis.
“ Debaixo das mangueiras éramos muito felizes”.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

DEPOIS DE QUATRO DIAS DE FOLIA...

DEPOIS DE QUATRO DIAS DE FOLIA.


GRACINDA CALADO



DEPOIS DE QUATRO DIAS DE FOLIA, O CANSAÇO E A EXAUSTÃO CASTIGA O CORPO QUE CAI EM DEPRESSÃO. A CONSCIENCIA EM PRANTO, GRITA E CHORA AS AMARGURAS OCULTAS DA OCIOSIDADE, DA PERVERSÃO, DO DESPOJAMENTO FÁCIL DO CORPO E DA ALMA, COMO ANIMAIS EM CORRIDA DESENFREADA NUMA ESTRADA LONGA.

TÃO DIFERENTE DOS ANTIGOS CARNAVAIS QUE GERAVAM ALEGRIAS INCONTESTÁVEIS!

AS MUDANÇAS SOCIAIS NA REALIZAÇÃO DOS CARNAVAIS DE RUA E DAS PRAIAS, NO INTERIOR E NA CAPITAL, TRANSFORMARAM O CARNAVAL EM ALEGORIAS DE MAU GOSTO, ESCAPANDO APENAS AS MUSICAS ALEGRES E FRENÉTICAS DOS CARROS ELÉTRICOS QUE ANIMAM AS RUAS E PRAÇAS.

BOM SERIA QUE DEPOIS DO CARNAVAL HOUVESSE UM TEMPO PARA PENSAR, REFLETIR SOBRE TUDO QUE ACONTECEU NOS QUATRO DIAS DE FOLIA. QUE ESTA REFLEXÃO NÃO SE TRANSFORMASSE APENAS EM ESTATÍSTICAS FUNESTAS DE PREJUIZOS, DE MORTES E DESGRAÇAS ENTRE AS FAMILIAS.

AS SAUDADES DOS CARNAVAIS ANTIGOS SÃO MARCADAS PELO RESPEITO E O DESEJO DE BRINCAR, DANÇAR, DIVERTIR, SEM COMPROMISSO DE NADA , MAS COM RESPONSABILIDADE.

SERÁ QUE AINDA VIVEREMOS TUDO ISSO EM NOSSOS CARNAVAIS?