DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

VERDES SONHOS DA MINHA TERRA



VERDES SONHOS DA MINHA TERRA, BATURITÉ.


Gracinda Calado


UM DIA HEI DE CANTAR TUAS RUAS,


TUAS MATAS, TEUS GROTÕES.


TERRA DOS SONHOS VERDES,


DAS PLAGAS E DOS ARREBÓIS,


MEU TORRÃO ALVISAREIRO,


DAS NOITES FRIAS DE JUNHO;


DOS TEMPOS DE ENCANTAMENTOS,


QUE AINDA VIVEM PRESENTES


NOS NOSSOS PENSAMENTOS.



SAUDADES DAS NOVENAS,


DOS CORETOS E DAS LAPINHAS,


DAS CANTIGAS DE RODAS,


DAS CIRANDAS, CIRANDINHAS.


DAS PROCISSÕES E PASSEIOS


DAS OLAS NA PRACINHA,


DAS FESTAS DE SANTA LUZIA.


DAS ANIMADAS QUERMESSES,


NAS FESTAS DA SANTA DA PALMA.



DOS NAMOROS NO PORTÃO,


EM NOITES DE SÃO JOÃO.


DOS JARDINS BEM FLORIDOS,


DOS BENJAMINS VERDEJANTES,


DOS COLEGIOS E DAS IGREJAS,


DOS BAILES E VESPERAIS,


DOS ANTIGOS CARNAVAIS.


DOS AMIGOS SINCEROS,


NÃO ESQUECEREMOS JAMAIS.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

AS ANDORINHAS




AS ANDORINHAS: Memórias de Baturité.
Gracinda Calado

As andorinhas vivem na torre da igreja. Passam ligeiras como relâmpagos.
No verão elas disputam os lugares, com os morcegos nos telhados.
À tardinha voam ligeiras para os seus ninhos.
Chegam a bandos como se chegassem para a guerra.
Obedecem a um comando de voz, que só elas entendem.

Geralmente se localizam nos lugares mais altos das torres das igrejas.
Ali elas constroem seus ninhos, onde os homens não alcançam.
As andorinhas dormem cedo e pela manhã voam em bando fazendo uma grande algazarra.
Sempre gostei das andorinhas. Elas defendem seus filhinhos contra os predadores.
São vidas cheias de liberdade e alegria!

As andorinhas são lembranças da minha infância,
Do tempo em que eu era feliz.
Voam rápido, sem destino, sem hora,
Vestidas de preto jovens senhoras
Protegem os filhotes nos seus ninhos.

Jamais alguém se manifestou um dia
Criar uma andorinha na gaiola.
Às vezes tenho dúvidas deste pássaro
Se ele é mesmo irracional...
Pois na vida defende-se do mal.

Pássaro negro, rápido, aventureiro,
Viuvinha, feliz é a andorinha,
Não dá bolas, jovem senhora,
Seu canto jamais alguém ouviu
Mesmo assim ela é feliz
Lá no cume da torre da matriz.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O QUE SERÁ DA POBREZA?


O QUE SERÁ DA POBREZA?

Gracinda Calado

Estive em contato com uma pessoa do povo da cidade de Baturité.
Queixava-se ela de muitas dores na coluna e quase não podia trabalhar, pois assim não conseguiria fazer faxina nas casas dos ricos da cidade. Dizia ela.
Falei-lhe de projetos de saúde pública, que ela deveria procurar gratuitamente nos postos de saúde ou nos hospitais conveniados públicos.
Fiquei triste e desencantada em saber que, depois de muito lutar por consultas e remédios a referida pessoa não encontrou solução para o seu caso.
Os hospitais de Baturité estão quase fechando suas portas, sem alimentos, sem remédios, sem condições de atendimento decente e para os que sofrem de qualquer mau.
Onde estão nossos conterrâneos médicos, políticos, cristãos, pessoas de influencias junto às autoridades competentes, que não tomam conhecimento destes casos públicos e de responsabilidade também da sociedade?
O que podemos fazer para amenizar o sofrimento dos que não têm dinheiro para comprar um Tylenol, um comprimido que lhe devolva a dignidade de trabalhar em paz e sustentar sua família? É necessário que se desloquem até a cidade de Capistrano ou Aracoiaba, para serem atendidos pelo serviço público como: consultas, exames, remédios, fisioterapia, etc.
Gostaria de saber por que nas cidades vizinhas tem tudo isso e em Baturité não tem?
Sou eleitora em Baturité e nunca prestei atenção aos novos candidatos, os que não são filhos da terra e não se interessam pelo seu bem estar, o seu progresso, a sua saúde.
Tenho certeza que agora passarei a me interessar por todos os itens que citei.
Esta coluna é um espaço para elogiar, reviver emoções e para criticas e denuncias também. Baturité não merece constrangimentos ao seu povo principalmente sobre saúde pública.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

CADEIRAS A CALÇADA



CADEIRAS NA CALÇADA


MEMÓRIAS DE BATURITÉ



Gracinda Calado



Todas as noites soprava o vento do Cangatí. O calor era grande e na calçada todos se reuniam para tomar uma fresca na hora que o vento passava.


Ali , na calçada pessoas passavam, algumas paravam para trocar um dedo de prosa.


Não havia quem não se aproveitasse daquela situação singular, com suas cadeiras de balanço na mesma hora e local na calçada.


Vizinhos se reuniam para aproveitar o frescor nas largas calçadas da cidade.


Vendedores de picolé, de coxão de noiva,’ tijolim,’ cocada, puxa-puxa, etc.


.Iam e vinham vendendo seus produtos e guloseimas aos freqüentadores das calçadas.


Os assuntos que saíam nas conversas, dependiam dos acontecimentos daquele dia: quem fugiu com quem, quem se casou com quem, fulano se separou, a filha do sr.F está no caritó, o menino do casal R, nasceu, e por ai se desenrolava até meia-noite o “converser.” Às vezes as gargalhadas ecoavam no silencio da quase madrugada, quando a conversa era engraçada.


Quem morreu, quem nasceu, todos os freqüentadores das calçadas sabiam logo, e ao,amanhecer as noticias saíam quentinhas como o pão da padaria mais próxima.


Em meia hora toda a cidade já sabia o que acontecera durante a noite.


Mesmo assim era muito divertida a vida naquela cidade!


Hoje não se pode mais sentar nas calçadas...


Todos se fecham em seus portões e obrigatoriamente vão assistir televisão.


Até quando viveremos assim, prisioneiros, dentro de nossas próprias casas!


sábado, 3 de outubro de 2009

BATURITÉ


BATURITÉ

Gracinda Calado

Cidade que recebe as delícias da natureza, encravada que é ao sopé das serras que formam o maciço do mesmo nome. Também conhecida como serra verdadeira, capital do Maciço de Baturité.
Cidade sesquicentenária onde dormem histórias e pessoas que fizeram parte de sua vida.
Em suas ruas homens e mulheres viveram sonhos embalados pelo frescor de seu clima, pelo cheiro do café, pelo manancial de suas águas.
O seu céu é um manto estrelado azul, como o manto de sua padroeira, nossa Senhora da Palma, festejada com muita fé, no dia 15 de Agosto.
Seus filhos e filhas nasceram no berço da religiosidade onde se ouve sempre os sinos seculares a chamar os fiéis para as orações.
Cidade dos guias espirituais católicos, padres jesuítas que vieram para catequizar os canindés e os genipapos, índios excluídos de seus convívios pelos vendavais de sua história. Padres e irmãs salesianos que trouxeram a cultura e a civilização formal, aliando-se ao seu povo bom e hospitaleiro.
Cidade das flores e dos casarões seculares há mostrar toda hora a história do seu povo, que em todas as ocasiões defendeu politicamente o seu torrão.
Cidade dos bravos plantadores de café, lavradores e desbravadores dos lugares mais íngremes da região serrana.
Cidade de nossos pais e avós, antepassados que fizeram parte, como personagens de sua e nossa história.
Cidade de nossos amores e de nossas lembranças eternas.